A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) adiou indefinidamente sua missão com o rover ExoMars, segundo um comunicado divulgado pela organização nesta quinta-feira (17).
A ESA explica que o programa de viagem a Marte foi suspenso devido às sanções contra Moscou. Enquanto isso, autoridades da agência correm para buscar alternativas aos foguetes russos.
Mesmo reconhecendo os efeitos prejudiciais que a exclusão da Rússia teria sobre a "exploração científica do espaço", a agência colocou as restrições econômicas antirrussas em primeiro lugar.
O multimilionário japonês Yusaku Maezawa (à esquerda), seu assistente Yozo Hirano (à direita) e o cosmonauta russo Aleksandr Misurkin (ao centro) retornaram à Terra em 20 de dezembro de 2021 a bordo da espaçonave russa Soyuz MS-20.
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A decisão de excluir a Rússia do projeto surgiu de uma reunião do conselho governante da ESA em Paris nos últimos dois dias.
Os membros "reconheceram por unanimidade a presente impossibilidade de realizar a cooperação em andamento com a Roscosmos na missão do rover ExoMars com um lançamento em 2022".
Comentando a notícia, o chefe da Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse que a agência espacial da Rússia efetuará uma missão a Marte por conta própria.
Foguete Soyuz-2.1a, transportando a espaçonave de carga Progress MS-17, é lançado da plataforma do cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão.
© Sputnik / Serviço de imprensa da Roscosmos
/ O rover de Marte não é o único projeto espacial europeu a ser suspenso por falta de foguetes russos.
A Roscosmos retirou sua equipe do porto espacial europeu na Guiana Francesa, o que significa que todas as missões da ESA envolvendo o uso da espaçonave Soyuz foram adiadas indefinidamente.
Por causa de suas respectivas órbitas ao redor do Sol, Marte só é facilmente alcançável da Terra a cada dois anos.
A próxima janela de lançamento seria 2024. A missão principal do rover era determinar se Marte abrigou vida.
A missão ExoMars já foi adiada em 2020 por causa da pandemia de COVID-19 e pela necessidade de mais testes no astromóvel.
O programa deveria ter decolado em um foguete russo Proton-M da plataforma de Baikonur, no Cazaquistão, em setembro, e pousado no Planeta Vermelho cerca de nove meses depois.
Lançamento do foguete portador Soyuz-FG com a espaçonave tripulada Soyuz MS-15 a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
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