No ano passado, o governo belga optou por desativar todas as câmaras em operação até 2025. Porém, com a recente crise energética que atinge a Europa, quis rever a meta.
"O governo federal decidiu tomar as medidas necessárias para estender a operação dos dois reatores nucleares mais modernos por dez anos", disse o primeiro-ministro em um comunicado à imprensa.
Os dois reatores cujas vidas podem ser esticadas são o número 3, de 1.038 megawatts (MW), da usina Tihange, no leste da Bélgica; e o reator número 4, de 1.039 MW, da central de Doel, perto da Antuérpia.
Usina nuclear em Tihange.
© AFP 2023 / ERIC LALMAND
As câmaras, que entraram em serviço em 1985, representam 35% da capacidade de energia nuclear do país.
Com a determinação, o governo belga espera reduzir a sua dependência do setor de gás da Rússia. Nos últimos dias, o abastecimento de energia europeu conviveu com os preços mais altos da história, sendo que o gás chegou ao valor de US$ 3.892 [R$ 19.751] por mil metros cúbicos.
Entretanto, vale lembrar que a Gazprom não assume responsabilidade pela situação, pois a "empresa está cumprindo, e vai continuar cumprindo, todas as obrigações contratuais de longo prazo, bem como as demandas por parte dos consumidores estrangeiros", esclareceu em comunicado no dia 7.
Comentando o cenário na semana passada, Aleksandr Novak, vice-primeiro-ministro russo, disse que a possível rejeição do petróleo russo levará a consequências catastróficas para o mercado mundial.
Novak também sublinhou que a subida dos preços que se verifica no mercado energético mundial não tem nada a ver com a política levada a cabo por Moscou e "é uma consequência das declarações dos políticos europeus", enfatizou.
O político ainda comentou que a Europa não conseguirá repor rapidamente todo o volume de petróleo que importa da Rússia. "Vai demorar mais de um ano", presumiu.