Panorama internacional

Brasil, China e Rússia não desejam ser tutelados por 'xerife americano', diz Lavrov

De acordo com Lavrov, o mundo unipolar não vai ser uma aldeia global, mas uma aldeia americana, um salão de faroeste, onde todos vão dançar conforme a vontade do todo poderoso.
Sputnik
"Mas há países que não concordam com uma aldeia global com um xerife americano, estando a China, o Brasil, a Rússia, Índia e o México entre os que não querem ser obrigados a prestar continência", disse chanceler russo em entrevista ao canal RT, nesta sexta-feira (18).
Quaisquer carregamentos que contenham armas para a Ucrânia, serão alvos legítimos para a Rússia, advertiu Lavrov.
"Deixamos bem claro que quaisquer carregamentos que entrem no território da Ucrânia e que consideremos transporte de armas, serão alvos legítimos. É totalmente óbvio", ressaltou o chefe da diplomacia russa.
Kiev nem mesmo esconde que quer puxar os EUA e a OTAN para o conflito na Ucrânia, apelando constantemente ao Ocidente para impor uma zona de exclusão aérea no país. Líderes de países ocidentais dizem ser impossível fechar o céu por causa do risco de desencadeamento de terceira guerra mundial, mas o fornecimento de armamentos destes países a Kiev continua.
O chefe da diplomacia russa declarou que Moscou quer obter garantias de segurança que serão mutuas tanto para a Rússia como para a Ucrânia e para toda a Europa.
"O objetivo da operação é proteger a população civil, que tem sido constantemente morta e atacada há oito anos. A meta de desmilitarização da Ucrânia é para que tal ameaça não provenha do território ucraniano, bem como para obtenção de garantias de segurança que se basearão no princípio da segurança comum indivisível para Ucrânia, para Rússia e para todos os países europeus. É o que nós temos proposto há muitos anos", afirmou Lavrov.
Segundo o chanceler russo, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky espera que o Congresso dos EUA incite o presidente americano Joe Biden a tomar uma postura mais confrontante com a Rússia.
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Lavrov classificou a situação atual nas relações entre a Rússia e a Ucrânia como anômala, manifestando a esperança de que esta conjuntura "acabe gradualmente".
"Espero que quando esta situação anômala acabar, tudo vai voltar gradualmente ao normal. [Mas] com esforços dos nossos colegas ocidentais, isso não pode ser feito rapidamente. Eles tentaram fazer da Ucrânia uma anti-Rússia, usando diferentes ferramentas", detalhou o chefe da diplomacia russa, acrescentando que "estou certo de que a proximidade histórica dos dois povos irmãos prevalecerá".
Ocidente vai aumentar sanções contra Rússia, mas estamos habituados a elas, declarou nesta sexta-feira (18) o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
"Esta pressão de sanções vai continuar, [até porque] eles estão ameaçando com uma quinta onda de restrições, e depois dela poderá haver outra onda de sanções. Estamos habituados a isto", disse ele.
Em 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação especial da Rússia na Ucrânia.
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