Um porta-aviões chinês navegou nesta sexta-feira (18) pelo estreito de Taiwan, cerca de 12 horas antes de uma conversa entre Xi Jinping e Joe Biden, presidentes da China e dos EUA, respectivamente, escreveu a agência britânica Reuters.
O navio Shandong teria passado perto da ilha Kinmen, controlada por Taiwan, e diretamente em frente à cidade chinesa de Xiamen, na margem oposta.
"Cerca das 10h30 da manhã [horário local, 23h30 no horário de Brasília], o CV-17 apareceu cerca de 30 milhas náuticas [56 quilômetros] a sudoeste de Kinmen, e foi fotografado por um passageiro em um voo civil", informou a fonte, em referência ao número de serviço oficial do porta-aviões da China.
Segundo o relato, o trânsito do navio também foi observado pelo USS Ralph Johnson, um destróier de mísseis guiados dos EUA, que seguiu a belonave chinesa pelo estreito de Taiwan.
Sem comentar esse passo, a fonte anônima qualificou de "provocativa" a passagem do Shandong, devido à proximidade temporal com a conversa entre os líderes norte-americano e chinês e devido a isso acontecer de dia, quando anteriormente navegava de noite. Lo Chin-cheng, legislador sênior do Partido Democrático Progressista de Taiwan, também disse que a passagem do Shendong envia uma "mensagem muito provocativa" e comparou a situação ao conflito na Ucrânia.
No entanto, Zhao Lijian, porta-voz da chancelaria da China, chamou a travessia do estreito de Taiwan de "horário de treinamento rotineiro" e pediu que ele não fosse associado às conversações entre os chefes de Estado chinês e americano.
Já Kuo Yu-jen, especialista de segurança da Universidade Nacional Sun Yat-sen de Taiwan, teorizou que o porta-aviões estava a caminho do norte da China para as celebrações do aniversário da fundação da Marinha chinesa, em abril, referindo que o navio "não carregava aviões e não tinha fragatas" perto dele.
Construído em 2019, o Shandong é o mais novo porta-aviões da China e atravessou pela última vez o estreito de Taiwan em dezembro desse ano.
Além da China, países ocidentais, particularmente os EUA, enviam frequentemente navios de guerra para o estreito de Taiwan em missões de "liberdade de navegação", com Pequim frequentemente condenando essas ações como provocativas.