Panorama internacional

Suspensão da Rússia de agência da ONU abriria precedente perigoso, diz porta-voz do secretário-geral

A possível suspensão da participação da Rússia na Organização Mundial do Turismo (OMT), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), pode se tornar um precedente perigoso, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral, António Guterres.
Sputnik

"O secretário-geral não tem nenhum papel ou autoridade sobre a Organização Mundial do Turismo, que é uma agência especializada do sistema da ONU. No entanto, ele acredita que isso poderia abrir um precedente perigoso ao funcionamento do sistema multilateral", disse Dujarric em entrevista à Sputnik.

No dia 8 de março, o Conselho Executivo da OMT decidiu promover uma reunião extraordinária em sua assembleia geral para discutir a possível suspensão da adesão da Rússia devido à operação militar na Ucrânia.

"A guerra nunca é a solução, nem agora, nem nunca. No entanto, é claro que nem todos concordam com esse ideal", afirmou na ocasião o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, conforme noticiou a agência EFE. "Por essa razão, a OMT deve falar alto e claro, e eu o faço como seu porta-voz: se você é membro da organização, você se compromete com nossas regras e deve abraçar nossos valores. Portanto, membros que vão contra nossos objetivos terão que enfrentar as consequências."

Essa foi a primeira vez na história da Organização Mundial do Turismo que o Conselho Executivo se reuniu para tratar de um pedido dessa natureza, segundo a própria agência.
De acordo com o terceiro artigo de seu estatuto, os princípios fundamentais da OMT são "a promoção e o desenvolvimento do turismo com vista a contribuir para o desenvolvimento econômico, a compreensão internacional, a paz, a prosperidade e o respeito universal, e à observância dos direitos humanos".
Para concretizar uma eventual suspensão da Rússia, a assembleia precisará contar com o apoio de dois terços das 160 nações que formam a agência.
No Conselho Executivo, que tem 35 países, a proposta teve 72% dos votos a favor.
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