Ciência e sociedade

Cientistas desvendam mistérios das rajadas rápidas de rádio

Pesquisadores estudaram algumas das rajadas rápidas de rádio e identificaram diferentes tipos desse fenômeno, que parecem depender inclusive dos "ambientes em que nascem".
Sputnik
Uma equipe internacional de cientistas afirmou ter descoberto em um estudo publicado na revista Science detalhes chave sobre as rajadas rápidas de rádio (FRB, na sigla em inglês).
Os pesquisadores observaram a polarização da luz emitida por alguns dos FRB. A luz é emitida em ondas, sendo que as que vibram ou oscilam em mais que uma direção são chamadas de luz não polarizada. Já as ondas de luz polarizada são ondas de luz em que as vibrações ocorrem em uma única direção, contaram eles ao portal Space.com.
"A emissão de uma FRB atravessa uma distância enorme antes de chegar à Terra, passando por regiões que podem colocar sua própria torção na polarização de rádio. Por esta razão, o estudo da polarização das FRB, e as mudanças pelas quais passa até ser detectado pelos nossos telescópios na Terra, diz-nos sobre os ambientes em que nascem e todo o espaço entre eles", explicam cientistas do Observatório de Green Bank na Virgínia Ocidental, EUA, que tem um dos coautores da pesquisa.
A equipe de pesquisadores notou que os dados obtidos mostram que detalhes chave da polarização da luz em rajadas rápidas de rádio dependiam da frequência de rádio em que a luz era observada, e que essas propriedades podem mudar muito rapidamente.
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As mudanças ocorrem se a emissão repetida de rajadas rápidas de rádio passar por um ambiente complexo em torno das fontes de ruptura, dizem eles.
"Por exemplo, a luz de FRB pode se mover através dos remanescentes de uma supernova (estrela explodida), o gás cercando um cadáver denso e em rápida rotação chamado pulsar, ou gás superaquecido perto de enormes buracos negros", detalhou o grupo de cientistas.
Os dados também mostram uma tendência evolutiva nas FRB, com mais fontes ativos em ambientes complexos e "maiores mudanças de polarização sendo explosões mais novas".
"Estas FRB extremamente ativas podem ser uma população distinta", teorizou Yi Feng, autor principal do estudo. Os cientistas creem que estes dados podem revelar mais sobre o fenômeno no futuro.
As rajadas rápidas de rádio foram descobertas em 2007, sendo sua caraterística principal a emissão de energia de centenas de milhões de sóis em apenas alguns milissegundos. No entanto, sua causa exata permanece um mistério.
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