O Conselho de Segurança da ONU não aprovou a resolução humanitária elaborada pela Rússia que demandava um cessar-fogo negociado na Ucrânia.
Embora Rússia e China tenham votado a favor da iniciativa, os outros 13 integrantes do órgão, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e França, se abstiveram de votar. Nenhum país votou contra.
Para que fosse aceito, o documento precisava receber nove dos 15 votos entre os Estados-membros.
O projeto russo pedia "um cessar-fogo negociado para garantir a evacuação rápida, segura, voluntária e desimpedida de todos os civis".
Entre as determinações do texto estava a "não utilização de infraestrutura civil para abrigar instalações militares, e também não instalá-las em áreas densamente povoadas".
A resolução, se aprovada, ainda condenaria todas as violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos, incluindo as Convenções de Genebra.
É importante compreender que México e França também buscam aprovar um projeto de resolução humanitária no Conselho de Segurança.
Representantes ocidentais defendem que o documento deve necessariamente conter uma condenação das ações da Rússia na Ucrânia e reconhecer aquela como agressora. Moscou, porém, se opõe à acusação. Sendo assim, em caso de votação, a Rússia vetaria tal projeto.
Como resultado, a França e o México decidiram buscar a votação de seu texto na Assembleia Geral. Diferentemente das decisões do Conselho de Segurança da ONU, as resoluções da assembleia não podem prescrever medidas coercitivas contra um Estado.
Ao fim das discussões, a China qualificou como "lamentável" o fracasso nas tentativas para chegar a um acordo sobre o projeto apresentado pela Rússia.
"É lamentável que o conselho não tenha conseguido chegar ao mais alto acordo possível", disse o enviado chinês na ONU, Zhang Jun.