"O Milton, coisa rara de eu falar aqui. Eu boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele", declarou o presidente brasileiro.
O ministro da Educação é alvo de diversos pedidos de investigação depois que áudios atribuídos a ele apontam suposto favorecimento a indicações de pastores para aplicação de verbas públicas.
Na transmissão, Bolsonaro defendeu o trabalho de Milton Ribeiro e disse que o caso já tinha sido encaminhado aos órgãos de investigação antes de os áudios serem revelados, escreve o portal G1.
Na segunda-feira (21), a Folha de S.Paulo divulgou um áudio de uma reunião na qual Milton Ribeiro afirmava ter havido um "pedido especial" de Bolsonaro para atender aos pleitos do pastor Gilmar Santos.
Ao lado de outro líder evangélico, o pastor Arilton Moura, Gilmar Santos é apontado como articulador de uma espécie de gabinete paralelo do ministro. Santos seria responsável por intermediar reuniões entre prefeituras e a pasta para liberação de recursos.
Pelo menos desde janeiro de 2021, a dupla tem negociado verbas federais com prefeituras para obras de escolas, quadras esportivas, creches e compra de equipamentos tecnológicos. Os pedidos para liberação de recursos seriam feitos em hotéis e restaurantes de Brasília.
Em seguida, os pastores entrariam em contato com o ministro Milton Ribeiro, que usa o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia da pasta controlada por políticos do centrão, para empenhar as verbas federais.
Na reunião cuja conversa foi gravada, Ribeiro discute questões do orçamento da pasta, cortes de recursos para a educação e liberação de dinheiro para obras. Embora não tenham cargo oficial, os pastores Gilmar e Arilton estavam presentes no encontro.