A China pretende expandir o seu programa de energia atômica e desenvolver mais projetos de reatores avançados e pesquisa em fusão nuclear.
As autoridades de energia do país disseram nesta quarta-feira (23) que a China "manterá um ritmo de construção constante e garantirá que os novos projetos de energia costeira sejam seguros".
O país pretende ter 70 gigawatts (GW) de capacidade nuclear instalada até 2025, acima dos 51 GW registrados no fim de 2020, escreve o South China Morning Post. Atualmente a China tem 50 reatores nucleares e é o terceiro com mais câmaras, atrás de EUA e França.
Tokamak chinês EAST (reator experimental de fusão nuclear).
© AP Photo / Xinhua, Cheng Li
De acordo com o plano, dois reatores de terceira geração localizados em Shidaowan devem ser conectados à rede elétrica antes de 2025. Um segundo reator refrigerado a gás de alta temperatura, também em Shidaowan, está pronto para iniciar as operações.
Em janeiro, a China disse ter feito um avanço na tecnologia, aumentando as esperanças de que um dia será capaz de construir reatores que imitem as reações de fusão que alimentam o Sol e produzem energia limpa.
O anúncio ocorre em um momento no qual o mundo enfrenta uma escassez de energia, principalmente após as sanções ocidentais contra a Rússia em resposta à operação militar especial do país na Ucrânia. Com isso, o aumento nos preços do petróleo e do gás precipita uma crise global.
O plano de soberania energética da China destaca a necessidade de segurança na cadeia de fornecimento elétrico e o papel da energia nuclear no processo de transição verde.
As cidades de Haiyang, em Shandong, e Haiyan, em Zhejiang, já dispõem de aquecimento nuclear comercial, com a primeira fornecendo calor para cerca de 200 mil pessoas apenas no ano de 2020.