Esta teoria não foi proposta pelos cientistas norte-americanos, mas pela primeira vez um grupo de estudiosos está tentando comprovar o que antes era só uma hipótese, com um estudo publicado na revista acadêmica Geophysical Research Letters.
Para realizar os testes, os pesquisadores desenvolveram a primeira simulação de computador específica para este processo, utilizando referências físicas reais. O aparato demonstra o oxigênio pegando carona na água salgada sob os "terrenos caóticos" da lua, que possui paisagens compostas de rachaduras, cumes e blocos de gelo que cobrem um quarto do satélite natural.
Terreno acidentado da Europa, uma das 80 luas de Júpiter
© Foto / NASA/JPL-Caltech/Instituto SETI
O resultado do teste é animador, os cientistas conseguiram comprovar que a teoria não só é possível, como os níveis de oxigênio poderiam "se aproximar dos registrados nos oceanos da Terra", explicou um dos coautores do projeto, Steven Vance, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês).
"Nossa pesquisa coloca esse processo no reino da possibilidade. Ela fornece uma solução para o que é considerado um dos problemas pendentes da habitabilidade do oceano subterrâneo da Europa", explicou Marc Hesse, o pesquisador líder do estudo.
Os cientistas acreditam que a superfície acidentada da lua de Júpiter seja um indicador de água chegando para a superfície através de salmouras. O modelo criado pelos pesquisadores mostra a salmoura drenando de uma maneira única, criando uma "onda de porosidade", fazendo com que polos de gelo se alarguem por breves instantes, permitindo a passagem da água salgada.
A busca sobre a possibilidade de algum tipo de vida na lua de Júpiter continua e segundo Vance, a partir de 2024 os pesquisadores vão ter mais dados para analisar, com o lançamento da missão Europa Clipper da NASA, que vai enviar um satélite para a órbita de Júpiter, especialmente para estudar a Europa.