As tensões internacionais foram aquecidas até o limite em meio às tentativas do Ocidente de conter Moscou, afirmou na sexta-feira (25) Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia.
"A situação internacional foi aquecida até o limite. Basicamente estamos observando a culminação dessa política de contenção da Rússia que o Ocidente vem conduzindo há muito tempo", disse ele durante um evento.
De acordo com Lavrov, "o apogeu da linha russofóbica se tornou o apoio de Washington e Bruxelas [...] ao regime de Kiev".
"Quando vemos estas sanções sem fim, obviamente que todos estes valores que nossos colegas ocidentais nos pregaram constantemente, quero dizer liberdade de expressão, economia de mercado, inviolabilidade de propriedade privada, presunção de inocência – todos estes valores não valem nada", comentou o ministro russo.
Além disso, apontou Sergei Lavrov, a grande maioria dos países, que estão sendo pressionados a se posicionar contra Moscou, não se juntará às sanções ocidentais contra a Rússia.
"Quero dizer a vocês que apesar da propaganda que faz malabarismos com o número de votos expressos a favor de uma resolução provocadora na ONU, a esmagadora maioria dos países fora dos limites do Ocidente histórico e coletivo não pretende se envolver em jogos de sentido único. Eles estão sofrendo uma pressão colossal, mas é preciso se orientar não por textos propagandistas provocatórios, usados pelo Ocidente para manipular na ONU, mas pelo estado real dos laços comerciais e econômicos", destacou.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia acrescentou que "a esmagadora maioria dos países do mundo não se juntou e não se juntará, estou convencido, aos jogos que o Ocidente intenciona jogar com o uso da sua assim chamada política de sanções".
"A esmagadora maioria dos países do mundo está interessada no desenvolvimento de uma cooperação interestatal igualitária, com base nos princípios-chave estabelecidos na Carta da ONU, acima de tudo o princípio da igualdade soberana dos Estados. O Ocidente o viola de forma flagrante e impõe sua supremacia a todos."
Segundo o alto responsável russo, "nós passamos na nossa história, e na história da Europa, tais tentativas de controlar tudo e todos", e tais tentativas estão "condenadas ao fracasso". A Rússia não ficará isolada, apesar das sanções, diz.
"Não há sinais de nenhum isolamento da Rússia, apesar da colocação desse objetivo por parte do Ocidente. Direi mais, nós não estamos querendo nos autoisolar. Temos no mundo muitos amigos, aliados, parceiros, uma enorme quantidade de associações nas quais a Rússia trabalha com países de todos os continentes, e continuaremos fazendo isso", relatou ele.
Em 24 de fevereiro começou uma operação militar especial russa na Ucrânia, com o objetivo de "desnazificação e desmilitarização" do país, inclusive para proteger a população russófona de Donbass e evitar que surja uma ameaça à Rússia. Em resposta, países ocidentais introduziram uma grande gama de sanções à Rússia, que Vladimir Putin, presidente do país, referiu como dando um forte golpe à economia mundial.