As pessoas que "expressarem publicamente a sua aprovação" à operação especial militar do presidente russo contra a Ucrânia, usando o símbolo "Z", devem "esperar consequências criminais", afirmou o ministro do Interior da Baixa Saxônia, Boris Pistorius, em um comunicado.
Desde o início da operação especial, a letra "Z" é exibida nos tanques e uniformes das forças russas.
Soldado das Forças Armadas da Rússia ao lado do sistema de mísseis Pantsir-S1
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O código penal alemão pune com penas de até três anos de prisão e multa pecuniária qualquer pessoa que "demonstre aprovação pública de guerras de agressão", escreve a Rádio França Internacional.
O comportamento das autoridades alemãs corrobora as recentes declarações do presidente Vladimir Putin, que ontem (26) afirmou que os países ocidentais estão fervendo com discriminação contra tudo o que está relacionado à Rússia.
O presidente da Rússia criticou a imagem fornecida por Hollywood e a cultura de cancelamento em geral, acrescentando que esse fenômeno não começou "ontem", e que vários países estão minando valores e normas aceitos desde tempos imemoriais.
Putin denunciou a cultura do cancelamento ocidental. Segundo ele, compositores como Pyotr Tchaikovsky, Dmitry Shostakovich e Sergei Rachmaninov estão sendo retirados de cartazes.
Ele observou que uma campanha massiva de destruição literária semelhante à atual aconteceu pela última vez na Alemanha, há quase 90 anos, pelas mãos dos nazistas.
Putin não foi a única autoridade russa a denunciar o extremismo ocidental. No último dia 23, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que a atual russofobia nos países ocidentais trata-se de uma condenação da civilização ocidental.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participa de uma reunião com o chefe do Ministério das Relações Exteriores da autoproclamada República Popular de Lugansk, Vladislav Deinego e o vice-chefe do Ministério das Relações Exteriores da autoproclamada República Popular de Donetsk, Sergei Peresada, em Moscou, Rússia, 25 de fevereiro de 2022
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Já o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, pediu que os meios de comunicação norte-americanos sejam imparciais na cobertura jornalística da situação na Ucrânia, e que "parem de incitar a russofobia".
Segundo ele, a maioria dos veículos ocidentais impõe ao seu público uma percepção unilateral dos eventos em curso no país europeu, apresentando consistentemente a Rússia como agressora.
Ele aponta que os países da União Europeia ignoram a situação em Donbass há muitos anos, fechando os olhos para os ataques neonazistas que acontecem na região desde 2014.