"Obviamente, haverá algumas pessoas que especularão com as criptomoedas ao sentirem que necessitam de uma alternativa ao dinheiro, mas a única coisa que estão fazendo é pular da panela para o fogo", ressaltou Schiff. "O problema com o dinheiro fiduciário é que não tem um valor real porque [seu valor] provém da confiança, e o mesmo ocorre com as criptomoedas: só têm valor porque as pessoas acreditam nelas", explicou.
Além disso, sublinhou que esta situação ocorre em todas as criptomoedas, inclusive o bitcoin. "Se as pessoas são tolas o suficiente para comprar bitcoins como uma reserva de valor, como uma cobertura contra a inflação, então estão enganadas", assegurou.
O especialista comentou que não descarta que, em algum momento, o preço do bitcoin alcance um novo máximo histórico. Porém, ele considera que tanto o bitcoin como outras criptomoedas fazem parte de uma bolha financeira.
"Não sou inteligente o suficiente para saber o quão grande será esta bolha antes que finalmente estoure", disse Peter Schiff, acrescentando no entanto que é "inteligente o suficiente para ver uma bolha".
Por sua parte, o economista Steve Keen considerou que o bitcoin pode ser um instrumento muito eficaz para a especulação, já que pode ser dividido e vendido facilmente. Além do mais, Keen acredita que alguns governos proibirão a mineração de criptomoedas devido ao consumo de energia que comporta, como sugeriu a China.
"Quando enfrentarmos uma crise energética, e isso vai ocorrer durante a próxima década se continuarmos usando combustíveis fósseis, a maneira mais fácil de os governos reduzirem o consumo de energia é banir [a mineração] de criptomoedas", afirmou.
Em dezembro do ano passado, Peter Schiff criticou o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, por utilizar dinheiro público para a aquisição de bitcoins. O país da América Central utiliza esta moeda digital como a segunda moeda legal no país, junto com o dólar.