A Austrália negou na segunda-feira (28) ter sido apanhada de surpresa por um acordo sobre base naval entre as Ilhas Salomão e a China.
"Os relatos que temos visto não são uma surpresa para nós e são um lembrete das constantes pressões e ameaças apresentadas na nossa região para a nossa própria segurança nacional", comentou Scott Morrison, primeiro-ministro australiano.
Enquanto isso, Barnaby Joyce, vice-premiê da Austrália, observou que a presença naval da China nas Ilhas Salomão apenas tem o objetivo de "intimidar" a Austrália ou "restringir nossa capacidade de movimento".
"Estamos engajados [com países insulares do Pacífico] porque não somos cegos às táticas de outras pessoas que estão passando pelo processo de tentar restringir nossa capacidade de movimento e nos intimidar", disse.
Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, qualificou o acordo entre os dois países de "fortemente preocupante", e Morrison falou com os líderes de Papua-Nova Guiné e Fiji para os persuadir contra esse processo, planejando ainda mais interações desse gênero. Já os EUA abriram em fevereiro uma embaixada nas Ilhas Salomão.
Manasseh Sogavare, primeiro-ministro das Ilhas Salomão, que trocou o reconhecimento diplomático de Taipé por Pequim em 2019, planeja realizar um discurso no Parlamento do país sobre o tratado de segurança com a China na manhã de terça-feira (29).
Em 2021, a Austrália assinou com os EUA e o Reino Unido um acordo que prevê a recepção de tecnologias de submarinos nucleares, sua construção e respetivos mísseis e material militar. A China se opõe a este pacto, acusando Washington de militarizar a região da Ásia-Pacífico.