Nesta terça-feira (29), a coalizão liderada pela Arábia Saudita que luta no Iêmen disse que interromperá as operações militares no país a partir de quarta-feira (30) visando ajudar a criar uma atmosfera positiva para que as negociações entre os partidos iemenitas sejam bem-sucedidas.
Os diálogos e negociações devem ocorrer em formato de conferência entre os dias 29 de março e 7 de abril.
"Anunciamos a cessação das operações militares no Iêmen para tornar as consultas bem-sucedidas e criar um ambiente positivo para a pacificação durante o mês do Ramadã, a convite de Sua Excelência o secretário-geral do Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo" diz o comunicado da coalizão árabe.
As partes planejam discutir uma série de questões para enfrentar a crise política, incluindo a formação de um novo governo iemenita e a reconstrução de áreas afetadas pela guerra.
Riad recebeu facções aliadas da guerra do Iêmen nesta terça-feira (29), enquanto a ONU tenta garantir uma trégua com o objetivo de permitir navios de combustível e alguns voos para áreas controladas pelos houthis durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Riad recebeu facções aliadas da guerra do Iêmen nesta terça-feira (29), enquanto a ONU tenta garantir uma trégua com o objetivo de permitir navios de combustível e alguns voos para áreas controladas pelos houthis durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Forças leais aos houthis do Iêmen participam de um desfile militar que marca o sétimo aniversário da intervenção da coalizão liderada pela Arábia Saudita em seu país, na capital Sanaa, em 29 de março de 2022
© AFP 2023 / Mohammed Huwais
No início do mês, os dois lados fizeram esforços para iniciar negociações de paz em meio a contínuas hostilidades. A Arábia Saudita se ofereceu para realizar a reunião em Riad, pronta para garantir a inviolabilidade da delegação houthi.
O presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur Hadi, também concordou em participar dos diálogos que seriam a primeira tentativa de organizar um encontro direto entre os líderes de ambos os lados da guerra civil iemenita que hoje completa sete anos.
De acordo com o Expresso, dados da ONU mostram que ao longo do conflito, pelo menos 377 mil pessoas foram mortas, a grande maioria devido a consequências indiretas dos combates, como fome e doenças, naquele que é considerado um dos piores desastres humanitários do mundo.