Notícias do Brasil

Lula: 'Papel dos militares não é puxar saco do Bolsonaro'

Líder nas pesquisas que simulam a disputa pelas eleições presidenciais neste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou palavras para criticar seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em um evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) na noite de quarta-feira (30).
Sputnik
Lula também aproveitou a ocasião para mandar uma série de recados às Forças Armadas e ao mercado financeiro, segundo informou o portal UOL.
O público, composto de milhares de universitários, ouviu o ex-presidente tecer críticas à proximidade do Exército, da Marinha e da Aeronáutica com o atual governo.

"O papel dos militares não é ficar puxando saco do Bolsonaro. Os militares são uma instituição do povo brasileiro para defender o povo brasileiro de inimigos externos. Não tem que ficar puxando saco do presidente, seja Lula, seja Bolsonaro", declarou.

Lula foi o principal palestrante no evento de encerramento do encontro internacional "Democracia e Igualdade - Para um novo modelo solidário de desenvolvimento".
Notícias do Brasil
Lula tem 43% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 26%, diz Datafolha
Ele relembrou, também, uma série de investimentos que sua gestão fez nas Forças Armadas, e que as encontrou sucateadas ao assumir seu primeiro mandato, em 2003.

"Quando eu ganhei as eleições, os soldados brasileiros eram liberados às 11h da manhã porque não tinha arroz e feijão para dar pra eles", rememorou.

Estiveram presentes, também, a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-chanceler Celso Amorim, além do ex-ministro Aloizio Mercadante.
Notícias do Brasil
Ciro Gomes afirma que Sergio Moro é 'um agente da CIA no Brasil'
Expoentes da esquerda mundial, como Yolanda Días, vice-presidente da Espanha, o ex-presidente espanhol José Luis Zapatero e o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper também marcaram presença no evento. Já Alberto Fernández, atual presidente argentino, participou do painel por meio de um vídeo gravado.
Em um discurso de 45 minutos, Lula ironizou a censura imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao festival Lollapalooza.

"Faz dois dias que me orientam que eu não posso falar de eleições. Havia muita inquietação: 'Olha, Lula, nós vamos lá, vai ter o ato, mas não pode falar de eleição. Pedir voto então, impossível'. Ficou ainda mais grave porque ontem um partido [o Podemos] entrou com um processo para tentar evitar esse encontro aqui. Eu vim pra cá pensando em colocar uma mordaça, porque eu não ia poder falar, ia poder só ficar fazendo gesto. Mas o que eu estranho é que não se falou outra coisa aqui a não ser em eleição", disse.

Notícias do Brasil
Bolsonaro aciona TSE após Pabllo Vittar defender Lula em festival
Ele acrescentou que vai recuperar o símbolo máximo do bolsonarismo: a bandeira brasileira, e chamou o presidente de "fascista".

"Ele [Bolsonaro] é tão frágil, ele é tão boçal que não tem partido político, o partido dele não tem hino, não tem bandeira e nem programa. Então ele pegou a bandeira brasileira e a camisa da seleção brasileira para dizer: 'Esse é o meu partido'. Vamos dizer para ele que a bandeira brasileira não é desse fascista", disse Lula.

Comentar