"Eles não serão tratados como prisioneiros de guerra. Eles serão presos e levados a julgamento", disse ele, quando questionado sobre o destino desses detidos durante a libertação do território da república popular das tropas ucranianas.
Ontem (30), Basurin disse que os combatentes ucranianos não poderão deixar a cidade portuária sitiada de Mariupol.
"Eles já receberam tal proposta, mas recusaram. Por isso não são mais militantes, mas criminosos porque mataram civis. Sim, garantimos mantê-los vivos, mas não acho que vamos deixá-los sair da cidade", declarou o porta-voz.
Mariupol é um dos pontos mais quentes da operação militar russa na Ucrânia, já que a cidade foi sitiada e invadida pelas forças russas e da república popular de Donetsk por várias semanas.
A saída de civis, contudo, foi garantida pelo próprio presidente russo Vladimir Putin em conversa telefônica nesta quarta-feira (30) com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
"Vladimir Putin e Olaf Scholz trocaram pontos de vista sobre as recentes negociações entre representantes de Rússia e Ucrânia realizadas em Istambul no dia anterior. As questões de garantia da evacuação segura de civis de áreas de combate, principalmente de Mariupol, foram consideradas", afirmou o Kremlin em comunicado.
Status do conflito
A Rússia iniciou sua operação especial militar na Ucrânia em 24 de fevereiro atendendo ao chamado das recém-reconhecidas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk após inúmeras tentativas de estabelecer que órgãos internacionais ocidentais intercedessem junto a Kiev para que o conflito estabelecido em Donbass, denunciado por Moscou, fosse encerrado pelas vias diplomáticas.
Ao contrário do que se esperava, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e aliados ocidentais, fortemente influenciados pelos EUA, alimentaram a escalada de tensões na região, adotando, como consequência à operação russa, uma dura bateria de sanções contra parlamentares, empresários, governo e meios de comunicação russos, afetando a economia do país de forma declarada em uma verdadeira guerra híbrida, segundo o Kremlin.
Depois da última rodada de negociações, o lado ucraniano desistiu de sua intenção de retomar a Crimeia e Sevastopol pela via militar, devendo usar exclusivamente a via negocial, segundo a delegação russa. Ainda de acordo com o representante do Kremlin nas negociações, Vladimir Medinsky, as propostas ucranianas serão estudas cuidadosamente por Moscou.