Nesta quinta-feira (31), o MPF fez um pedido urgente à Justiça Federal do DF para que o Ministério da Defesa remova a nota publicada na quarta-feira (30) na qual afirmou que o golpe militar de 1964 é um "marco histórico da evolução política brasileira" e que "respondeu aos anseios" da sociedade à época, de acordo com O Globo.
As declarações foram publicadas na Ordem do Dia da pasta da Defesa, e o texto ainda diz que o "movimento" deixa um "legado de paz, de liberdade e de democracia" para o Brasil.
"A Ordem do Dia divulgada pelo Ministério da Defesa nesta quarta-feira [30] homenageou e fez exaltações ao golpe de 1964. Para o MPF, tal postura expõe de forma drástica os fundamentos da República Federativa do Brasil e merece responsabilização daqueles que contribuíram para isso", diz nota divulgada pela assessoria de imprensa do MPF.
Em fevereiro, o MPF já havia pedido para que a União deixasse de fazer publicações em celebração ao golpe. Convidado a se manifestar, o órgão público afirmou na época que não haveria "perigo de prática, repetição ou continuação do equívoco", segundo a mídia.
A nota do ministério da Defesa foi assinada pelo então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que foi exonerado nesta quinta-feira (31) para assumir um cargo de assessor da presidência da República, relata o jornal. O ex-ministro é um dos nomes cotados para ser vice na chapa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também hoje (31), o Pacto pela Democracia, iniciativa composta por mais de 200 organizações, movimentos e personalidades, divulgou uma nota em "às recorrentes tentativas de se reescrever a história brasileira ao 'celebrar' o golpe civil-militar ocorrido em 31 de março de 1964", se referindo à nota da Defesa.