Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, publicada hoje, domingo (3), Kaczynski disse:
"Se os EUA nos pedissem para implantar armas nucleares na Polônia, estaríamos abertos a essa opção. Tal passo aumentaria a dissuasão contra Moscou".
O vice-premiê notou que a implantação de armas nucleares da América no país do Leste Europeu não está na agenda atual, mas isso pode mudar "em breve", acrescentou.
Kaczynski também apelou à OTAN para criar um novo centro de comando na Polônia, análogo ao localizado em Brunsume, nos Países Baixos, onde são planejadas as operações conjuntas da aliança. Ele acredita que sua criação enviaria um sinal claro a Moscou que o nível de comando da OTAN está presente no flanco leste do bloco.
O político criticou a resposta da OTAN à decisão russa de realizar operação militar especial na Ucrânia, argumentando que a aliança poderia ter prestado mais assistência a Kiev. Ele propôs enviar ao país uma missão de manutenção de paz e entregar as armas que o presidente Zelensky tem pedido.
O lado russo reagiu às declarações do vice-premiê polonês. O vice-presidente do Conselho da Federação, o Senado russo, Konstantin Kosachev, qualificou de provocação a proposta da Polônia de implantar no seu território armas nucleares americanas.
"A atual iniciativa do alto político polonês é mais uma provocação destinada exclusivamente para, primeiramente, relembrar aos americanos sobre a existência de uma Polônia megaleal e, em segundo lugar, para entrar mais fundo debaixo do guarda-chuva nuclear dos EUA", sugeriu o senador russo.
De ponto de vista dele, essa iniciativa "parece ainda mais cínica e hipócrita" em meio à preocupação da OTAN, manifestada frequentemente, com a possibilidade hipotética de implantação de armas nucleares russas em Belarus.