Nesta segunda-feira (4), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, acusou os EUA de serem os únicos responsáveis pelo fracasso em retomar as negociações em Viena para volta ativa do acordo nuclear iraniano paralisado desde 11 de setembro.
"Os EUA estão tentando manter as questões restantes [das negociações de Viena] subordinadas aos seus assuntos internos", disse o porta-voz em entrevista coletiva na segunda-feira, citado pela agência Tasnim.
Ao mesmo tempo, Khatibzadeh sinalizou que a equipe iraniana só voltará à capita austríaca se o acordo for formalizado, e não mais para negociações, relatou o The Times of Israel.
"Não iremos a Viena para novas negociações, mas para finalizar o acordo nuclear. No momento, ainda não temos uma resposta definitiva de Washington. Se os EUA responderem às questões pendentes, podemos ir mais rápido possível", afirmou o diplomata mencionado pela mídia.
De acordo com o jornal israelense, as delegações iranianas e norte-americanas não se comunicam diretamente em Viena, as mensagens são passadas por outros participantes e pela União Europeia, coordenadora dos diálogos.
Entre os principais pontos de discórdia está a exigência de Teerã de remover da lista de terroristas dos EUA o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), o braço ideológico das Forças Armadas iranianas.
Uma foto fornecida pelo escritório do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, mostra o Corpo da Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), em 13 de outubro de 2019
© AFP 2023 / Escritório do Líder Supremo do Irã
Em meados de março, Tel Aviv, através de um comunicado conjunto do primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett e do e o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, pediu que Washington não faça a remoção da lista, uma vez que o IRGC "já matou milhares de pessoas, incluindo norte-americanos".
O Estado judeu também acrescentou que Washington não pode aceitar essa troca a favor de "em troca de promessas vazias de terroristas", conforme noticiado.