Panorama internacional

Lavrov: Ocidente tentará dissolver verdades sobre acontecimentos em Bucha com retórica vazia

Segundo diplomata, Moscou vai trazer a público todas as inverdades ditas sobre a operação militar russa na Ucrânia e vai persistir para que os crimes praticados por Kiev durante o conflito tenham consequências.
Sputnik
Nesta segunda-feira (4), em uma série de declarações, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que o "Ocidente vai querer dissolver verdades sobre acontecimentos em Bucha com retóricas vazias", e que Moscou "vai expor falsificações" relacionadas à operação militar russa no país.

"Acho que, conhecendo a diplomacia britânica, a tarefa é dissolver essa falsificação específica na cidade de Bucha em argumentos demagógicos sobre a natureza da crise ucraniana", disse Lavrov em entrevista coletiva com o grupo de contato da Liga Árabe sobre a Ucrânia em Moscou.

O chanceler também afirmou que a segunda tentativa russa de convocar o Conselho de Segurança da ONU sobre os eventos na cidade ucraniana não foi atendida.
"Deixe-me lembrá-lo que exigimos uma reunião do Conselho de Segurança da ONU ontem [3]. Nossos colegas britânicos, que agora presidem o conselho, se recusaram a fazer isso. Nossa tentativa de hoje [4] também não teve sucesso", disse o ministro em entrevista coletiva.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, recebe o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit, enquanto posam para uma foto com representantes das nações da Liga Árabe antes de suas negociações em Moscou, Rússia, 4 de abril de 2022
Ao mesmo tempo, Lavrov disse que Moscou vai insitir para que os crimes ucranianos durante a operação militar especial russa não fiquem sem resposta. Em sua visão, ainda é cedo para declarar que "o realismo aumentado da Ucrânia" pode fazer as negociações russas-ucranianas chegarem a um acordo formal.
"Vamos insistir que os crimes cometidos pelas Forças Armadas ucranianas, lideradas por batalhões nacionalistas neonazistas, também não fiquem sem consequências. Estamos trabalhando com nossos amigos, com colegas para aplicar as normas relevantes do Direito Internacional Humanitário. Essas acusações [crimes] foram baseadas em fatos muito claros, específicos e irrefutáveis. Isso é o que faremos, ao contrário daqueles que fabricam fatos", declarou.
Ao falar de diálogos, o ministro afirmou que a recusa do Ocidente de se comunicar com Kremlin corretamente "não levará a nada de bom e não é do interesse de ninguém", acrescentando que Moscou está aberta para "uma conversa honesta" e leva em consideração a opinião da população russa sobre a operação na Ucrânia.
A Rússia também espera que a Ucrânia seja guiada por seus interesses nacionais nas negociações e pare de ouvir conselheiros estrangeiros, declarou Lavrov.
"Eu realmente espero que aqueles que lideram a delegação de Kiev nas negociações mencionadas finalmente comecem a ser guiados por seus próprios interesses nacionais, os interesses de seu povo, e não dêem ouvidos a conselheiros de longe."
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação especial militar para "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia".
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