Um importante almirante dos EUA avaliou a situação de segurança na região do Oceano Pacífico como imprevisível e apoiou a previsão do ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, sobre uma potencial escalada das tensões na região para um conflito armado.
O almirante Samuel Paparo, comandante da Frota do Pacífico dos EUA, disse que o pacto de segurança entre as Ilhas Salomão e a China é uma preocupação para muitos países ocidentais do Pacífico.
"Sempre opero com a noção de que há potencial de conflito em nossa região dentro de alguns anos por causa da incrível imprevisibilidade dos eventos", disse o almirante Paparo a jornalistas em Washington.
O almirante Paparo descreveu a AUKUS (aliança entre Austrália, EUA e Reino Unido) como um sinal tangível das crescentes tensões na região. Sob o pacto de segurança, a Austrália receberá apoio dos EUA e do Reino Unido para aumentar sua força militar na região do Indo-Pacífico.
O chefe da maior frota naval do mundo sublinhou que o pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão é motivo de preocupação "para todos os nossos parceiros em todo o Pacífico Ocidental e principalmente para Austrália e Nova Zelândia".
Nesta terça-feira (5), o ministro da Defesa da Austrália, Peter Dutton, anunciou um aumento militar de US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) para as Forças de Defesa Australianas permanecerem preparadas para qualquer "potencial de conflito" na região.
"A China está se armando com mais armas nucleares. Temos que ser realistas sobre a ameaça", afirmou o ministro.
Enquanto isso, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, garantiu a Camberra a continuidade de seus laços de segurança, mesmo quando um novo pacto com a China entrar em vigor.
A Austrália e a Nova Zelândia instaram o primeiro-ministro Sogavare a olhar para a família do Pacífico para a segurança regional das Ilhas Salomão.
Sogavare, que decidiu mudar os laços do país de Taipé para Pequim em 2019, fez um ataque velado à Austrália ao observar "discriminação" na assistência à segurança durante os distúrbios de novembro, que visavam principalmente a infraestrutura apoiada pela China e pessoas de origem chinesa na ilha.
De acordo com o pacto de segurança proposto, as Ilhas Salomão podem solicitar à China que envie policiais, policiais armados, militares e outras forças policiais e armadas para manter a ordem social, protegendo a vida e a propriedade das pessoas.