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Lula afirma que bloqueio contra Rússia 'é arma de guerra tão poderosa quanto bomba atômica'

Para Lula, todos os principais atores envolvidos no contexto Rússia-Ucrânia erraram. Entretanto, chama atenção para bloqueios – principalmente os realizados pelos EUA a Moscou – que prejudicam diversos países.
Sputnik
O ex-presidente Lula participou nesta terça-feira (5) do debate "Brasil-Alemanha – União Europeia: desafios progressistas – parcerias estratégicas", promovido pelas fundações Perseu Abramo e Friedrich Ebert.
Durante seu discurso, o petista fez alguns comentários sobre a crise ucraniana, e disse que os bloqueios impostos, principalmente pelos EUA à Rússia, afetam países que não estão envolvidos no contexto.

"O bloqueio é uma arma de guerra tão poderosa quanto a bomba atômica porque ele não está prejudicando o russo, não está prejudicando os Estados Unidos. No nosso caso aqui do Brasil, da América Latina, está bloqueando quase todos os países, não só por conta do preço do petróleo, mas por conta dos fertilizantes e da proibição de vendê-los", afirmou o ex-presidente de acordo com o UOL.

Lula afirmou ainda que o bloqueio não pode "ser instrumento para toda solução" e que as nações que quiserem adotar essa tática, a adotem apenas no que diz respeito a cada uma.
"Por que a Bolívia tem que sofrer esse bloqueio? Por que o Brasil? Então é importante que a gente discuta isso daqui para a frente", disse.
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Na visão do petista, o início da operação militar russa foi "equivocado e desnecessário" e não "deveria estar acontecendo", acrescentando que todos os principais atores envolvidos no conflito erraram.

"O [Vladimir] Putin errou muito na deflagração da guerra [operação militar], mas acho que os americanos e europeus também erraram muito […]. A gente sabe qual é o interesse dos Estados Unidos, da Europa, da Rússia e da Ucrânia. Não tem segredo sobre o interesse de cada um e por isso ela [a operação militar] deveria ter sido mais negociada e não deveria estar acontecendo", afirmou o ex-presidente segundo o Poder360.

Ao mesmo tempo, defendeu ser necessário promover mudanças no funcionamento da ONU para que os representantes dos países na entidade tenham maior autonomia e para que algumas das decisões tomadas no fórum mundial entrem em vigor independentemente do referendo interno dos países, relatou a mídia.
"É preciso, para o bem da humanidade, defender outra estrutura de governança mundial. A ONU de 1948 já não serve mais. A ONU não representa os anseios da humanidade”, disse.
Lula também lamentou que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul não tenha sido concretizado até hoje e disse que, se for eleito, seu governo será mais duro e mais exigente "no exercício da democracia e no respeito entre as relações [dos países]". Ele disse contar com os alemães para construir uma relação mais forte com o bloco europeu.
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