O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a aliança militar "vai aprofundar a cooperação" com as quatro nações - Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul - sob seu novo Conceito Estratégico para combater a crescente influência de Pequim.
Sobre o mérito, o comodoro naval indiano aposentado R. Seshadri Vasan afirmou que Nova Deli "deve ter cuidado" para não ser vista como muito próxima da OTAN, já que a aliança transatlântica de 30 nações busca expandir suas atividades na Ásia-Pacífico em uma tentativa de combater a crescente influência da China.
"A expansão da OTAN no Indo-Pacífico vai servir até certo ponto aos interesses da Índia, pois vai procurar aplicar mais pressão estratégica sobre a China", disse à Sputnik o ex-comandante regional da Guarda Costeira indiana.
O veterano da Marinha indiana disse ainda que a Índia vai ter a chance de se envolver com a OTAN na Ásia-Pacífico em diferentes níveis, à medida em que os outros "parceiros de segurança" de Nova Deli entrarem em uma "colaboração mais profunda" com a aliança militar transatlântica.
"Mas, para a Índia, a complexidade de tal movimento reside no fato de que [o envolvimento da OTAN com seus parceiros da Ásia-Pacífico] também poderia convidar a uma colaboração mais próxima no Indo-Pacífico entre Rússia e China sob sua parceria 'sem limites' assinada em 4 de fevereiro”, advertiu.
A Índia está atualmente envolvida em um impasse com Pequim na disputada região de Ladakh. O ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jaishankar, disse a seu colega chinês, Wang Yi, durante sua visita a Nova Deli no mês passado, que os laços bilaterais não vão voltar ao normal até que haja um desengajamento mútuo das tropas e a redução da escalada militar.
Embora a Índia faça parte do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad), liderado por Washington e que também inclui Austrália e Japão, ela recusou-se consistentemente a traçar paralelos entre o bloco da Ásia-Pacífico e a OTAN.
A Índia é o único país do Quad que se recusou a adotar a postura dos EUA e da OTAN na crise da Ucrânia, tendo como pano de fundo a defesa dos interesses econômicos de Nova Deli e os laços tradicionalmente amigáveis com Moscou.
Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também criticou os EUA por arrastar Nova Deli em "jogos anti-China", uma referência à estratégia de Washington no Indo-Pacífico, que vê a Índia como um parceiro fundamental.