Neste sábado (9), durante o evento Brazil Conference 2022, realizado em Boston nos EUA, o ex-juiz Sergio Moro defendeu um "pacote ético" pelo fim da reeleição e do foro privilegiado, segundo o UOL.
"O que tenho defendido é que, além das reformas necessárias, nós precisamos de um pacote ético que passa pelo fim da reeleição para presidente da República. O fim do foro privilegiado para todo mundo. É um absurdo que temos no Brasil até hoje um foro privilegiado para autoridades que são tratadas como superiores a cidadãos comuns", disse.
Ainda ao longo da sabatina, o ex-ministro negou ter sido "cúmplice" do governo de Jair Bolsonaro (PL), e ao ser questionado sobre os motivos que o levaram a aceitar o cargo de ministro da Justiça em 2018, Moro disse que não poderia avaliar a decisão "com os olhos de hoje".
"Se eu fosse realmente um cúmplice dessas coisas erradas do governo Bolsonaro, estaria lá até hoje como ministro da Justiça. Poderia ter virado ainda, se fosse cúmplice maior, um ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas eu não me vendo por cargo."
De acordo com a mídia, quem também estava presente no evento foi o ministro Luís Roberto Barroso, um dos principais defensores da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, Moro disse que a Corte proferiu "decisões lamentáveis" nos últimos meses que impuseram derrotas à operação.
"O Supremo deu, sim, um grande apoio à Lava Jato durante um tempo, mas infelizmente nos últimos anos tem proferido decisões que têm sido lamentáveis e infelizes."
Até o momento, ainda não se sabe se Sergio Moro virá ou não como presidenciável nas eleições deste ano.
Depois que mudou de partido na semana passada, saindo do Podemos e seguindo ao União Brasil, dirigentes do União informaram que o ex-juiz viria como deputado federal, no entanto, Moro contradisse o partido e disse que ainda está disponível para concorrer à presidência.