Ele apontou que, ao insistir publicamente no direito de Kiev de ingressar na OTAN, os Estados Unidos não tinham verdadeiramente a intenção de integrar a ex-república soviética na aliança. Entretanto, Washington ignorou a posição de Moscou no sentido de que o ingresso da Ucrânia na OTAN era "uma linha vermelha".
"Recusámo-nos a aceder à exigência mais antiga e importante dos russos, apesar de termos admitido em privado na Ucrânia que não tínhamos qualquer intenção de o seguir [integrar a Ucrânia na OTAN]. Em outras palavras, recusamo-nos a fazer aos russos [...] uma concessão que não tinha grande sentido para nós, mas que era de extrema importância para eles", constatou Sacks.
O empresário expressou suas dúvidas relativamente às capacidades diplomáticas dos funcionários do Departamento de Estado, uma vez que, nas últimas duas décadas, os EUA têm resolvido as questões internacionais principalmente por via militar. Ele também qualificou de incompetente a política americana a respeito da Ucrânia.
Na sua opinião, o Departamento de Estado "falhou sua missão diplomática" no período que antecedeu a operação especial russa no território ucraniano.
Contudo, o empresário acrescentou que os diplomatas americanos deveriam entender as preocupações de Moscou com a expansão da OTAN. Ele relembrou o enorme potencial militar da aliança e sua participação nos conflitos nos Balcãs e na Líbia.
"Os próprios Estados Unidos estavam dispostos a arriscar um confronto nuclear com os soviéticos por causa das armas ofensivas colocadas a 90 milhas de nossa costa em 1962, mas consideramos a mesma preocupação atual dos russos uma loucura ou um blefe", seguiu.
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação especial militar para "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia". O Ministério da Defesa insiste que as Forças Armadas da Rússia eliminam instalações da infraestrutura militar ucraniana, sem realizar ataques contra alvos civis em cidades.