Paulo Guedes ainda defendeu a importância das instituições multilaterais para que seja mantido "um grau de civilização alcançado pelo mundo".
"Não podemos mergulhar no passado. No passado de guerras físicas, no passado de sanções econômicas, interrupção do fluxo de comércio, interrupção de investimentos", disse o ministro.
Para Guedes, a operação especial da Rússia na Ucrânia, além das dificuldades impostas pela inflação (segundo ele, causada pela interrupção dos fluxos globais por conta da pandemia), reforça a importância dos organismos globais e da entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"O Brasil vai trabalhar sempre no sentido de reforçar os valores das instituições multilaterais, de abraçar, no caso específico agora, a OCDE. Vamos avançar em todas as frentes. Queremos o acesso à OCDE, queremos o acordo Mercosul–União Europeia, para garantir a segurança alimentar e energética dessa grande comunidade de nações", disse.
Apesar das pressões de europeus e americanos, o Brasil não aderiu e nem planeja aderir às sanções contra a Rússia, que o governo de Jair Bolsonaro vem criticando nos seus votos nas Nações Unidas.
Tanto no Conselho de Segurança quanto na Assembleia Geral, o Brasil tem assumido uma posição crítica às sanções.
A entrada na OCDE é um desejo do governo Bolsonaro, escreve o jornal O Globo. O convite para o Brasil entrar no "clube dos países ricos" foi aprovado em janeiro, dando início a um lento processo que deve durar pelo menos dois anos.
Para ter sucesso, o Brasil vai precisar aderir a uma série de instrumentos normativos e de obrigações impostos pela entidade, como a redução do desmatamento e medidas de mitigação de mudanças climáticas.
Presidente da República Jair Bolsonaro durante reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto de arquivo
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