Conforme afirmou Barkindo na segunda-feira (11), cerca de sete milhões de barris de petróleo russo estão abandonando diariamente o mercado global em resultado das sanções e outras restrições sobre o comércio do país.
Ele disse ainda que a volatilidade atual no mercado se deve a "fatores não fundamentais" e fora do controle da OPEP, sendo responsabilidade da União Europeia promover uma abordagem "realista" quanto à transação energética.
Recentemente, a UE se juntou aos planos dos EUA e do Reino Unido em impor embargo aos produtos energéticos da Rússia. Contudo, ao contrário de Washington e Londres, os países da Europa importam a maior quantidade de fornecimentos de energia da Rússia, e os especialistas alertam que a tentativa de cortar as entregas poderia levar a resultados catastróficos.
Em particular, a Alemanha prevê um colapso de indústrias inteiras, enquanto o chefe do gigante energético austríaco OMV declarou que seria "impossível" para o seu país parar de comprar o gás russo.
Embora os Estados Unidos tenham prometido aumentar e preencher as lacunas com suas exportações de gás natural liquefeito mais caro, a maior parte dos terminais de GNL na Europa já estão funcionando na capacidade plena, o que significa que não haveria lugar para armazenar o combustível.
No entanto, o Parlamento Europeu exigiu, na semana passada, um embargo imediato e total às importações russas de petróleo, carvão, gás natural e combustível nuclear. Mas alguns países, como a Hungria e a Eslováquia, deixaram claro que planejam ignorar a proibição por autopreservação, embora outras nações tenham avisado os seus cidadãos para apertarem os cintos e se prepararem para tempos difíceis.
O petróleo e o gás não são as únicas mercadorias cujo suprimento está acabando em meio ao conflito na Ucrânia. A Rússia e a Ucrânia juntas produzem cerca de um terço das exportações mundiais de trigo, e ambos os países também são grandes exportadores de óleo de girassol e fertilizantes. Como resultado, os preços dos alimentos atingiram máximos históricos, e muitos países e ONGs estão alertando para a escassez de alimentos no futuro próximo.