As declarações de Hossein Amirabdollahian foram publicadas pelo portal IRNA e confirmadas pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã nesta sexta-feira (15).
Amirabdollahian se referiu à ação do "regime sionista" como um "ataque aos fiéis e uma profanação da mesquita de Al-Aqsa". Segundo ele, o incidente decorre da "normalização das relações de alguns países islâmicos com o falso regime israelense".
Em seu comentário, o ministro iraniano fez uma crítica velada aos Acordos de Abraão, assinados entre países árabes e Israel.
Até o momento, quatro países muçulmanos ratificaram tratados de paz com o governo israelense dentro da estrutura dos Acordos de Abraão, mediados pelos EUA.
"Esses crimes, que são flagrantes violações do direito internacional e dos direitos humanos, mostram que a traição de alguns líderes de Estados islâmicos na normalização das relações com o falso regime sionista não mudará o comportamento desse regime sanguinário e gerador de crises", disse o Ministério das Relações Exteriores do Irã.
Amirabdollahian afirmou ainda que, depois do ataque, o Hamas se encontra em seu ponto mais forte, enquanto Israel "está em seu ponto mais fraco". Segundo ele, o Irã "apoia a formação de um governo palestino com Jerusalém como sua capital".
Mais cedo na sexta-feira (15), autoridades da Palestina relataram que mais de 150 palestinos foram hospitalizados após confrontos com a polícia israelense em Al-Aqsa. As forças de segurança invadiram a mesquita usando balas de borracha, bombas de ruído e gás lacrimogêneo para controlar a multidão.
Israel argumenta que dezenas de jovens, com bandeiras palestinas e do Hamas, começaram a marchar na área, atirando pedras e estimulando confrontos.
O Hamas controla a Faixa de Gaza da Palestina e está em um prolongado conflito com Israel. A organização é classificada de "terrorista" em Israel, Estados Unidos, Canadá, Japão, União Europeia e Austrália.
Na quinta-feira (14), o comandante da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), Esmail Ghaani, afirmou que o Irã enfrentará duramente Israel "onde quer que seja".
"Onde identificarmos uma ameaça sionista, a combateremos com firmeza. São pequenos demais para nos enfrentar cara a cara", afirmou o comandante, citado pela agência de notícias Nour News.
O comandante iraniano deu total apoio a todos aqueles que lutam contra o "regime sionista", destacando que a "destruição deste regime está ganhando força".