O jornal The Washington Post informou hoje (15) que a Rússia enviou tal nota aos EUA.
"Sim, nós enviamos", declarou Zakharova, acrescentando que essas notas foram mandadas "para todos" os países.
De acordo com o diário, o documento, intitulado “Sobre as preocupações da Rússia no contexto do fornecimento maciço de armas e equipamentos militares ao regime de Kiev”, foi escrito em russo, com uma tradução fornecida, e encaminhado ao Departamento de Estado pela Embaixada da Rússia em Washington.
“Pedimos aos Estados Unidos e aos seus aliados que parem com a militarização irresponsável da Ucrânia, que implica em consequências imprevisíveis para a segurança regional e internacional”, diz o comunicado.
Na quarta-feira (13), os Estados Unidos anunciaram o envio de uma nova remessa de material bélico à Ucrânia.
O farto pacote de armamentos inclui 18 sistemas de artilharia Howitzer de 115 mm e 11 helicópteros de transporte Mi-17, como parte da mais recente ajuda do governo de Joe Biden.
Também estão inclusos 40 mil projéteis, 200 veículos M113, 300 drones Switchblade (armas de guerra também conhecidas como "kamikaze") e 500 mísseis antitanque Javelin, capazes de perfurar veículos blindados.
Trata-se da primeira remessa a incluir sistemas de artilharia Howitzer para a Ucrânia, entregue especificamente a pedido do governo do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, segundo informou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, durante uma coletiva de imprensa no mesmo dia (13). Além disso, os EUA incluíram radares de contra-artilharia TPQ-36.
Ambos os equipamentos exigem um treinamento dos soldados ucranianos a fim de utilizá-los, acrescentou Kirby.
"Prevemos que alguns desses itens exigirão algum treinamento adicional para os ucranianos. Os sistemas que provavelmente vão levar a isso são os sistemas de artilharia Howitzer, os radares de contra-artilharia TPQ-36. Não são muito difíceis de operar, mas não são itens que eles [ucranianos] tenham em seu inventário”, declarou ele.
O anúncio foi antecipado na terça-feira (12) pela agência Reuters. São mais 750 milhões de dólares (R$ 3,5 bilhões, aproximadamente) em assistência militar à Ucrânia, disseram duas autoridades norte-americanas à mídia.
De acordo com a publicação, o equipamento será financiado por meio da Autoridade de Saque Presidencial (Presidential Drawdown Authority, PDA, em inglês), que permite ao presidente autorizar a transferência de artigos e serviços sem a aprovação do Congresso em resposta a uma emergência.
Auxílio do Reino Unido à Ucrânia
Na visita de Boris Johnson a Kiev para se reunir com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, o premiê prometeu que forneceria à Ucrânia 120 veículos blindados. O treinamento para o uso desses veículos será no Reino Unido.
A informação foi dada pelo ministro das Forças Armadas britânicas, James Heappey, em entrevista à rádio LBC na terça-feira (12). Heappey observou que os soldados serão treinados para dirigir e operar veículos blindados que Londres fornecerá a Kiev.
No total, 120 veículos blindados estão em processo de preparação, e as tropas ucranianas que os operarão chegarão ao Reino Unido nos próximos dias.
Na semana passada, soube-se que o governo de Boris Johnson fornecerá um pacote adicional de ajuda militar à Ucrânia de mais de US$ 130 milhões (R$ 607 milhões) em meio à operação militar da Rússia. Além disso, o premiê prometeu "apoio inabalável" a Kiev e concordou fornecer veículos blindados e novos sistemas de mísseis antinavio.
Em 25 de março, o chefe da Diretoria de Operações Militares do Estado-Maior da Rússia, Sergei Rudskoi, afirmou que o Ministério da Defesa russo estava monitorando as declarações de "alguns países" sobre a possível entrega de aeronaves e sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia. "Não vamos ignorá-los", alertou.