Notícias do Brasil

Tereza Cristina diz que UE 'não sabe o que é Amazônia' e insta Brasil a reabrir jazidas de potássio

Na visão da parlamentar, país precisa investir pesado para voltar a produzir fertilizantes localmente e reabrir jazidas de potássio nos estados do Amazonas e Minas Gerais. Em sua visão, bloco europeu desconhece realidade da Amazônia.
Sputnik
Em entrevista à Folha de São Paulo, a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fez uma série de declarações agora que voltou a exercer seu mandato como deputada federal (MS-PP).
Apesar de já estar na Câmara novamente, a parlamentar recomendou ao produtor que se prepare para usar um volume menor de fertilizantes porque a oferta pode ficar abaixo do normal com a crise ucraniana.
"Minha maior preocupação não era com a safra de verão, mas com a safrinha que começa em dezembro. Se houver interrupção no envio de fertilizantes, aí sim, haverá problemas para os produtores que vão plantar as culturas de inverno a partir de dezembro, como as de milho."
Indagada sobre o porquê de defender que as sanções contra a Rússia não fossem aplicadas a fertilizantes, Tereza Cristina disse que essa era "uma discussão sobre preço da comida".
"É uma discussão sobre preço da comida. Os Estados Unidos, os mais ativos nas sanções, fizeram uma concessão. A medida ficou mais branda. Mas a discussão continua e é global. Vamos precisar elevar as compras de países árabes, que são fortes em fertilizantes nitrogenados, a base de gás. Precisamos elevar as compras de ureia do Irã."
Ao mesmo tempo, a ex-ministra chamou atenção para o fato de que o Brasil precisa "concretizar o plano nacional de fertilizantes, dar os passos que nos permitam voltar a produzir fertilizantes localmente. Precisamos reabrir as jazidas de potássio, muitas estão embernadas em Minas Gerais, mas temos também as reservas no Amazonas".
Notícias do Brasil
Bolsonaro afirma que neutralidade do Brasil diante do conflito Rússia-Ucrânia garante fertilizantes
Ao citar o estado do Amazonas, a mídia analisou com a parlamentar que agora, na condição de deputada, ela avaliará projetos em relação à posse da terra na região amazônica, questionados inclusive pela União Europeia por assuntos ligados ao desmatamento. No entanto, na concepção de Tereza Cristina, o bloco europeu desconhece a Amazônia.
"A União Europeia não sabe o que é a Amazônia, nem o que é a Amazônia Legal. Essa é uma questão. […] Existem pessoas que foram levadas para aquela região pelo próprio governo há mais de 30 anos. Essas pessoas deixaram vários estados, alimentando o sonho de ser dono de uma terra. Elas estão lá nesse tempo todo e ainda não têm o direito de propriedade. Ainda assim, elas seguem um código florestal super-rígido. Só podem usar 20% da terra. Nem vou discutir se isso é suficiente. Mas estão lá seguindo as regras. Precisam ter direito a terra", observou.
Nesta eleição, a ex-ministra concorrerá a uma vaga no Senado, e conclui que sua escolha acontece porque agora tem uma bagagem maior de experiência.
"Estou terminando o segundo mandato como deputada, fui ministra da Agricultura. Acho que adquiri uma bagagem [...]. Um senador pode até ter experiência num setor, mas precisa ter uma bagagem maior, e acho que adquiri essa experiência, essa visão de mundo mais ampla", concluiu.
Notícias do Brasil
Ministra da Agricultura do Brasil alerta para perigos da peste suína africana
Comentar