A China finalizou a assinatura do tratado de segurança com as Ilhas Salomão, apesar de os EUA e seus aliados expressarem sérias preocupações com a crescente influência do Exército de Libertação Popular (ELP) no Pacífico Sul.
"Com a aprovação dos governos chinês e das Ilhas Salomão, o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores Wang Yi e o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Salomão assinaram recentemente um acordo-quadro sobre cooperação em segurança", disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (19).
Não foram revelados detalhes de onde nem quando a assinatura do novo acordo aconteceu. Wang enfatizou que a aliança entre os dois países não vai contradizer outros acordos já firmados, como por exemplo as cooperações entre Ilhas Salomão, Austrália e Nova Zelândia.
No entanto, o primeiro-ministro Manasseh Sogavare justificou o pacto de segurança com a China durante um discurso em março, dizendo que os governos australiano e neozelandês não agiram para proteger as Ilhas Salomão durante protestos em novembro de 2021.
A população salomonense organizou manifestações pedindo a saída de Sogavare, após o governo local mudar o foco das relações diplomáticas com Taiwan para a China.
O acordo
Um rascunho com detalhes do tratado entre as duas nações foi vazado no dia 24 de março e confirmado pelo governo salomonense. Somente agora o governo chinês se pronunciou oficialmente confirmando o acordo.
O tratado propõe que forças chinesas sejam usadas para a proteção de funcionários e projetos com envolvimento do governo chinês nas Ilhas Salomão. O acordo também abre caminho para que o governo salomonense peça ajuda militar a Pequim durante missões relacionadas à segurança e a assuntos humanitários, além de reforçar a presença chinesa na região do Indo-Pacífico.