Panorama internacional

FMI alerta sobre clima de 'alto risco' para a economia dos EUA, mas descarta recessão

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não prevê recessão para a economia norte-americana, mas aponta um ambiente de alto risco que pode piorar com mais choques de oferta, afirmou o diretor do Departamento de Mercado Monetário e de Capitais da organização, Tobias Adrian, nesta terça-feira (19).
Sputnik
Apesar de não prever recessão econômica nos Estados Unidos, Adrian aponta que há riscos em torno dessa possibilidade em caso de agravamento de problemas no comércio mundial.

"Estamos em um ambiente de alto risco, e é muito importante que o Federal Reserve [Fed, o Banco Central norte-americano] esteja baseado em dados e que seja bastante claro na comunicação da política monetária adotada daqui em diante", declarou Adrian.

A pressão inflacionária nos EUA fez com que o Fed aumentasse as taxas de juros a um ritmo não visto em 40 anos para tentar conter o aumento dos preços. Esse movimento gerou temores de uma recessão no país.
Após reduzir as taxas de juros a quase zero durante o pico da pandemia de COVID-19, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), que indica as políticas adotadas pelo Fed, aprovou o primeiro aumento de juros do período da emergência sanitária — 0,25%.
Logotipo do FMI.
Apesar disso, membros do FOMC acreditam que a medida não foi suficiente para conter o aumento da inflação nos EUA, que cresce no maior ritmo desde a década de 1980 e chegou recentemente a 8,5%. Para esses membros, seria necessário um aumento nos juros de pelo menos 0,5% no futuro próximo.
A meta anual de inflação do Fed costuma ser de apenas 2%. Para chegar a isso, o sistema acredita que serão necessários outros seis aumentos na taxa de juros neste ano, um para cada reunião do FOMC até o fim de 2022.
Conforme publicou o CNN Business, investidores e organizações como o Bank of America acreditam que o resultado dessa política seja uma possível recessão. A última vez que a economia norte-americana teve quadro recessivo — configurado por dois trimestres consecutivos de diminuição no crescimento — foi entre março e setembro de 2020, em meio à pandemia de COVID-19.
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