Em vitória para o presidente Andrés Manuel López Obrador, após votação no Senado na noite hoje (19), o México deu mais um passo em direção à nacionalização de seu lítio. Foram 87 votos a favor, 20 contra e 16 abstenções.
Ontem (18), o projeto passou no Parlamento por 298 votos de um total de 500 deputados. As informações foram confirmadas pela emissora Nmas.
O lítio é essencial para a fabricação de baterias elétricas, que devem substituir os motores térmicos dos automóveis para combater o aquecimento global. O México teria reservas significativas no estado de Sonora, no norte do país.
Governos anteriores assinaram oito concessões à iniciativa privada, que permanecerão em vigor. A nova lei determina, entretanto, que todas as novas concessões devem excluir empresas privadas.
"Eles [empresários] são ambiciosos pelo lítio mais do que qualquer coisa, mesmo que não falem sobre isso", disse o presidente mexicano em entrevista coletiva. Segundo ele, a iniciativa visa ampliar a soberania do país sobre o mineral.
A lei foi aprovada pelos deputados logo após uma derrota do governo no domingo (18), quando o Congresso rejeitou uma reforma na Constituição que visava fortalecer o papel do Estado no mercado de energia elétrica.
Esse projeto de reforma do mercado de eletricidade preocupou os Estados Unidos, que haviam alertado sobre possíveis sanções.
O presidente López Obrador considerou que os deputados da oposição que votaram contra sua reforma cometeram um "ato de traição ao México".
A reforma da lei de mineração para nacionalizar a exploração de lítio no México já recebeu seus primeiros comentários apenas um dia depois de ser aprovada na Câmara.
O presidente da Força-Tarefa de Mineração da Câmara de Comércio do Canadá no México (CanCham México), Armando Ortega, afirmou que a limitação estabelecida na iniciativa para impedir que indivíduos nacionais ou estrangeiros explorem lítio mexicano viola os entendimentos firmados no Acordo de Livre Comércio de México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC).
Segundo o líder da entidade que representa o empresariado canadense no México, as reservas minerais deveriam ter sido especificadas desde a assinatura do T-MEC, já que o tratado estipula que esses tipos de reservas devem ser pactuados entre os três países signatários.