Figuras públicas alemãs escreveram uma carta a Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, instando o governo de seu país a deixar de fornecer armas à Ucrânia, por isso não contribuir para uma resolução diplomática do conflito, relata na sexta-feira (22) o jornal Berliner Zeitung.
A carta foi assinada por 18 pessoas, incluindo professores, médicos, músicos e personalidades públicas, como Antje Vollmer, ex-vice-presidente do Bundestag, e Hans-Christoph von Sponeck, ex-vice-secretário-geral da ONU.
"Fornecendo armas, a Alemanha e outros países da OTAN se tornaram de fato parte do conflito. Dessa forma, a Ucrânia também se tornou campo de batalha para o confronto entre a OTAN e a Rússia sobre a segurança na Europa, que tem se intensificado há anos", escreveram.
Segundo os autores da carta, os países ocidentais deviam ter em conta os interesses de Moscou e, como Estados-membros da Aliança Atlântica, deviam fazer propostas sobre a segurança da Rússia e de seus países vizinhos.
"Instamos o governo da Alemanha, países da UE e OTAN a pararem de fornecer armas aos militares da Ucrânia, a exortarem o governo em Kiev a deixar de oferecer resistência militar, em troca de garantias de negociações de cessar-fogo e de uma resolução política. As propostas de Moscou já discutidas pelo presidente Zelensky, sobre a possível neutralidade, um acordo de reconhecimento da Crimeia, e referendos sobre o futuro status das repúblicas de Donbass, dão uma boa chance de isso acontecer."
Já em 9 de abril Christine Lambrecht, ministra da Defesa alemã, afirmou que o país tinha esgotado a sua capacidade de fornecer armas à Ucrânia sem prejudicar a própria segurança da Alemanha. Apesar disso, ela notou que a própria "indústria" militar poderia continuar o transporte de armamento para Kiev.
Moscou também condena o envio de armas à Ucrânia, acusando o Ocidente de querer prolongar o conflito, sublinhando que as remessas são um alvo legítimo no território ucraniano.