A Suíça vetou os pedidos das autoridades da Alemanha para reexportar à Ucrânia munições usadas em veículos de combate de infantaria (IFV, na sigla em inglês) alemães, relatou um representante da Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos (SECO, na sigla em inglês) suíça ao jornal SonntagsZeitung.
Os IFVs do tipo Marder utilizam munições produzidas na Suíça, mas o país restringe sua reexportação a zonas de conflito.
"Ambos os pedidos alemães foram respondidos negativamente, com referência à neutralidade suíça e aos critérios de uma recusa obrigatória sob a Lei de Materiais de Guerra", respondeu representante da SECO ao jornal.
Na quarta-feira (20) o jornal Die Welt informou que a empresa de defesa alemã Rheinmetall, que produz os Marder, enviou um pedido oficial ao governo alemão para aprovar a venda de 100 unidades desses veículos de combate para a Ucrânia.
No mesmo dia, Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, anunciou que a Alemanha estava considerando a lista de armas que poderiam ser entregues à Ucrânia como parte da assistência militar de Berlim a Kiev e se comprometeu a proceder com os pagamentos pelo armamento fornecido logo após a decisão sobre a lista final, "sem mais espera".
Ao mesmo tempo, a Alemanha se recusou repetidamente a fornecer à Ucrânia armamento específico solicitado por Kiev, incluindo armas pesadas e de artilharia. No início do mês, a Alemanha negou o pedido de Kiev de veículos de combate de infantaria Marder, mas entregou cerca de 500 mísseis terra-ar Stinger, quase 2.000 mísseis antiaéreos Strela e mais de 1.000 armas antitanque.
Apesar da reputação de neutralidade da Suíça, o país se juntou a várias sanções ocidentais aplicadas à Rússia, depois que ela lançou uma operação especial na Ucrânia.
O Ocidente, incluindo a Alemanha, tem fornecido à Ucrânia vários tipos de armamentos letais, incluindo armas pesadas, como mísseis antitanque, caças, sistemas de mísseis e veículos blindados. Já as autoridades alemãs, particularmente Scholz, têm sido criticadas por Kiev e alguns aliados ocidentais por não enviarem apoio militar suficiente para a Ucrânia e por não tomarem uma posição suficientemente forte contra a Rússia.