Oliveira classificou como "irresponsável" e "ofensa grave" a afirmação de Barroso de que existe orientação para que as Forças Armadas façam ataques ao sistema eleitoral brasileiro, conforme noticiou o jornal Folha de S.Paulo.
Neste domingo (24), o ministro do STF participou do evento Brazil Summit Europe 2022, promovido pela universidade alemã Hertie School.
Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, com quem tem trocado farpas sobre o processo eleitoral, Barroso disse que há um esforço para levar as Forças Armadas ao "varejo da política" e que isso seria uma "tragédia" para a democracia.
"Desde 1996 não tem um episódio de fraude no Brasil. Eleições totalmente limpas, seguras e auditáveis. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas a participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo?", questionou.
Oliveira, que assumiu a pasta há um mês e comandava o Exército até o fim de março, afirmou que "o Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas [as Forças Armadas] teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia".
"Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas instituições nacionais permanentes do Estado brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições", disse, em nota, o ministro.
O ministro da Defesa afirmou ainda que, ao serem convidadas para participar da Comissão de Transparência das Eleições, do TSE, as Forças Armadas apresentaram propostas "colaborativas, plausíveis e exequíveis".
O convite partiu do próprio Barroso. O TSE chegou a decidir que o general Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa no governo Bolsonaro, seria diretor-geral do tribunal durante a disputa eleitoral em outubro de 2022. Porém, depois, o general anunciou desistência do cargo.