"Nós não vamos permitir que nenhum partido dos Estados Unidos nem nenhum político que utilizem o México como pinhata e vão ter que nos tratar com respeito, como nós, que somos respeitosos com outros povos e governos", disse López Obrador durante coletiva em 25 de abril.
O mandatário mexicano indicou que declarações como essa ocorrem, obviamente, em ano eleitoral nos EUA, que renovará 34 dos 100 assentos do Senado nas votações em novembro, sendo as alusões ao México uma constante por motivos eleitorais.
López Obrador também disse sobre Trump: "Me cai bem ainda que seja capitalista." Isto, depois que Trump disse sobre López Obrador: "Um cara muito bom, que eu gosto muito; é um socialista, mas eu gosto, é um dos socialistas que eu gosto".
O que Trump disse?
Durante um comício em Ohio, EUA, no sábado (23), Trump presumiu e contou como decorreram as negociações para obrigar o México a colocar 28 mil soldados das Forças Armadas na fronteira sul para bloquear a passagem de migrantes provenientes da América Central, após ter ameaçado impor direitos aduaneiros às mercadorias mexicanas.
"Veio o representante máximo do México logo abaixo do mais alto, logo abaixo do chefe que resulta ser o presidente López Obrador; [o funcionário mexicano] ri de mim quando lhe digo: precisamos de 28.000 soldados na fronteira. Ele me olhou e disse algo como: 'Grátis? Por que faríamos isso no México?'", disse Trump diante de seus apoiadores.
O ex-presidente norte-americano informou que durante as negociações com a comitiva mexicana, encabeçadas pelo chanceler mexicano Marcelo Ebrard, Trump ameaçou impor 25% de tarifas aos automóveis construídos no México, uma das maiores atividades industriais do país.
Segundo Trump, diante da ameaça, o funcionário mexicano respondeu: "Seria uma honra ter 28 mil soldados na fronteira. Seria uma honra ter o Fique no México [programa de migração norte-americana]."
"Nunca vi ninguém se curvar assim", disse Trump.