Com o enredo intitulado "Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu", a escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, levou uma constelação de famosos para a avenida — caso da atriz Paolla Oliveira, rainha de bateria, e do ex-BBB Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor — e procurou combater a intolerância religiosa ao longo do desfile.
A musa inclusive exaltou o orixá em suas redes sociais quando soube da vitória.
"Laroyê, Exu! ['Salve, mensageiro!', em tradução do iorubá]", escreveu.
Foi uma das passagens mais arrebatadoras do Sambódromo do Rio — os espectadores gritaram "É campeã" antes mesmo da apresentação se encerrar.
Na comissão de frente, a Grande Rio mostrou uma representação do orixá se erguendo sobre um globo terrestre. Carros alegóricos rememoraram locais onde a entidade costuma se manifestar, como terreiros, mercados municipais e casas de prostituição.
Destaque da Grande Rio, em 23 de abril de 2022.
© Sputnik / Paula Magalhães
Nas tradições da umbanda e do candomblé, Exu é quem faz a comunicação entre os seres humanos e os outros orixás.
Ele é visto com preconceito por quem não conhece as religiões por usar uma capa preta e um tridente — foi justamente a desconstrução do estereótipo em um desfile elogiado que ganhou o coração dos foliões e dos jurados na Sapucaí.
Em São Paulo, quem se consagrou a grande campeã foi a escola Mancha Verde, seguida pela Mocidade Alegre.