Falando em frente do Comitê dos Serviços Armados do Senado, Ellen Lord, ex-vice-secretária de Defesa para aquisição e manutenção, descreveu a situação como "grande ameaça" à segurança nacional, de acordo com a agência Bloomberg. Lord acrescentou que os EUA já enviaram cerca de um quarto de seus estoques de mísseis antiaéreos Stinger à Ucrânia.
Ela ainda avisou que o fato de os EUA não investirem em infraestrutura para manter a capacidade de produção pode resultar em atrasos de reposição de três a cinco anos.
Lord referiu-se à Lei de Produção de Defesa que, na opinião dela, permitiria ao Pentágono "alocar dinheiro para a indústria a fim de realmente fazer os investimentos de capital ou treinar a força de trabalho ou desenvolver cadeias de abastecimento".
Ela foi ecoada por David Berteau, chefe do Conselho de Serviços Profissionais, que disse aos senadores que, desde o início da operação especial russa em 24 de fevereiro, os EUA têm preparado quase um terço de seus estoques de armas disponíveis, enquanto nenhum contrato para sua reposição foi firmado.
Por sua vez, Mark Cancian, coronel aposentado dos Fuzileiros Navais e assessor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que espera que Washington reduza os envios dos sistemas Javelin para Kiev.
"Em certo momento, acho que os militares dos EUA vão insistir e dizer que enviar mais [armas] vai pôr em perigo a nossa capacidade de executar nossos planos de guerra", Cancian apontou.
O secretário de Defesa, Lloyd Austin, e o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, asseguraram repetidamente os legisladores americanos de que os estoques de armas ainda não atingiram níveis críticos. Antes neste mês, Milley disse ao Comitê dos Serviços Armados da Câmara que o Pentágono "ainda está cumprindo" seus "requisitos de missão para Javelins, então o Departamento de Defesa "não está quebrando nenhuma dessas linhas vermelhas".
Anteriormente, o presidente Joe Biden anunciou que Washington está considerando enviar à Ucrânia veículos Humvee, juntamente com outros equipamentos militares sofisticados, como parte do novo pacote de ajuda no valor de US$ 750 milhões (R$ 3,7 bilhões), que também inclui 500 mísseis antitanque Javelin, 200 veículos blindados M113, bem como 16 helicópteros Mi-17.