Um fazendeiro em Gaza desenterrou uma estátua de 4.500 anos da deusa canaanita Anat, informou na quarta-feira (27) a emissora BBC.
O homem, Nidal Abu Eid, disse que estava arando a terra na área de Qarara, sul da Cisjordânia, quando encontrou uma figurinha de 22 cm enfiada no chão. Ela foi datada de cerca de 2.500 a.C., ou o final da Idade do Bronze. Canaã ocupava territórios que incluíam várias partes da atual Síria, Líbano, Israel, Jordânia e Palestina.
Gaza: O Ministério do Turismo e Antiguidades em Gaza anuncia a descoberta de uma estátua canaanita dentro de uma terra em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, datada de 2.500 a.C.
Anat era a deusa do amor, da beleza e da guerra. Os pesquisadores locais, do Ministério do Turismo e Antiguidades, foram intrigados por uma inscrição de serpente na cabeça da estátua, pois o réptil representava força e invencibilidade na mitologia canaanita. A deusa provavelmente serviu de inspiração à deusa da guerra grega Atena, que também surge frequentemente com serpentes, escreve a emissora NBC News.
A comunidade científica acredita que os canaanitas louvavam seus deuses em templos, pelo que tem sido muito raro encontrar representações das divindades.
O fazendeiro disse que decidiu doar o objeto ao museu cisjordaniano de Wasr al-Basha, onde agora está exposto, "pois ele sentiu que pertence ao povo palestino". Para ele, o achado tem não só um significado histórico, mas também geopolítico.
"Esta estátua documenta a história do povo palestino nesta terra e que suas origens são canaanitas. Tais descobertas provam que a Palestina tem civilização e história, e ninguém pode negar ou falsificar esta história. Isto é o povo palestino e sua antiga civilização canaanita", afirmou Abu Eid em uma coletiva de imprensa anunciando a descoberta.