O presidente tem trocado farpas com Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do TSE.
O principal embate gira em torno do processo eleitoral brasileiro, com urnas eletrônicas, já que Bolsonaro, mesmo sem provas, questiona a lisura do pleito, e Barroso é fervoroso defensor do sistema.
De acordo com o jornal, neste momento, o Planalto está analisando os quatro nomes indicados por Edson Fachin, atual presidente da corte: Rogéria Fagundes Dotti, Vera Lúcia Santana Araújo, André Ramos Tavares e Fabricio Juliano Mendes Medeiros.
A Folha descreve Rogéria Dotti, do Paraná, como "lavajatista". Já Vera Lúcia é advogada e ativista da Associação Brasileira de Juristas e da Frente de Mulheres Negras do DF e do Entorno.
O jornal aponta ainda que André Ramos foi diretor da Escola do TSE na gestão do ministro Ricardo Lewandowski e indicado para a Comissão de Ética Pública da Presidência no governo Michel Temer.
Por fim, Fabrício Medeiros advogou para o partido DEM, que se fundiu ao PSL em fevereiro deste ano, com a criação do União Brasil.
Jair Bolsonaro na abertura da XXIII Marcha a Brasília em defesa dos Municípios, Brasília, 26 de abril de 2022
© Carolina Antunes / Palácio do Planalto / CCBY 2.0
Em junho de 2021, Bolsonaro nomeou a advogada Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro. Embora ela tenha tido clientes como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pesou a seu favor seu nome ter sido avalizado pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), informou a Folha.
Por isso, segundo a publicação, Bolsonaro deverá levar em conta o nome que seus aliados de confiança endossarem.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda formará uma lista tríplice a partir dos quatro nomes para encaminhar à Presidência da República, cabendo a Bolsonaro a nomeação.
Esta foi a primeira vez que o TSE sabatinou os candidatos antes de selecionar os indicados, ressaltou a publicação.
O jornal lembra ainda que o escolhido de Bolsonaro poderá se tornar o relator das ações sobre propaganda eleitoral. Porém, o texto informa que, para "evitar possível conflito de interesses", já há articulações no TSE para repassar a atribuição a outro juiz.