A declaração do mandatário foi dada na feira de gado Expozebu, que começou neste sábado (30), em Uberaba, no interior de Minas Gerais.
A informação do presidente vem dois dias após o cancelamento do processo de venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, para o grupo russo Acron.
“São 30 navios com fertilizantes vindos da Rússia para o Brasil. A nossa agricultura não para, muito menos a nossa pecuária”, afirmou Bolsonaro.
De acordo com a revista Globo Rural, o presidente não mencionou, no entanto, os atuais gargalos do setor, como os aumentos dos custos de produção, problemas logísticos para a exportação de carnes, a queda no consumo interno e a dificuldade da cadeia quanto à obtenção de crédito.
O presidente também fez um aceno para a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em visita ao Brasil no mês passado, a diretora-geral da entidade, Ngozi Okonjo-Iweala, fez um apelo sobre o papel do país na produção mundial de alimentos, dizendo que o "mundo não sobrevive sem a agricultura brasileira".
“Terão mais alimentos com toda certeza, porque ano após ano, aumenta a nossa produtividade, quer seja na agricultura, quer seja na pecuária. Isso é o trabalho de todos vocês, povo brasileiro que trabalha, que investe, que acredita, tem fé e quer o seu país cada vez melhor”, disse Bolsonaro hoje (30).
Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, o governo lançou um plano nacional de fertilizantes e tenta obter fornecedores alternativos para evitar impactos na produção de alimentos no campo e na inflação.
No caso da operação russa, o Brasil reforçou a postura neutra, realçada com a solidariedade Bolsonaro (PL), à Rússia uma semana antes do lançamento da ação. Devido a isso, o Brasil não figura na lista de países hostis ao Kremlin.