O ministro da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, disse, antes do conselho ministerial de energia da União Europeia, em Bruxelas, que as empresas deveriam ser autorizadas a pagar temporariamente pelo combustível fornecido pela Rússia em rublos.
"Acho que seria correto permitir que as empresas paguem em rublos [pelo gás russo] por pelo menos alguns meses, enquanto lidamos com a estrutura legal e as consequências", disse ele, segundo informações do Politico.
O ministro afirmou que "quer uma declaração rápida e clara da Comissão Europeia a respeito desta possibilidade" e que pode levar meses para entender completamente as implicações legais de pagar pelo gás russo em rublos.
"Acredito que as empresas de petróleo e gás não podem correr o risco de pagar para serem posteriormente acusadas de violar sanções, mas ao mesmo tempo não podem correr o risco de não pagar em rublos", acrescentou.
Cingolani observou que o governo tem planos de ação para economizar energia durante o inverno que incluem restrições de temperatura, produção de energia à base de carvão e promoção de fontes de energia renováveis.
O ministro salientou que mesmo quando a situação em torno da Ucrânia for resolvida, Roma não voltará a fornecer recursos energéticos da Rússia nos mesmos volumes para ser mais independente em termos de energia.
Desde 1º de abril, em resposta às sanções coordenadas pelos EUA e seus aliados contra a economia russa, Moscou exige de países considerados "hostis" pagamentos para importação de gás em rublos.
Vladimir Putin assinou no domingo (1º) uma lei que simplifica o registro fiscal em bancos russos para organizações estrangeiras, necessário para pagar pelo gás russo em rublos.
Segundo a lei, as empresas estrangeiras serão registradas com as autoridades fiscais sob pedido da instituição de crédito russa em que abrirão suas contas.
Uma fonte de um comitê parlamentar russo sobre orçamento e taxas explicou que as novas regras simplificarão muito os procedimentos para o registro fiscal e a abertura de contas.
De acordo com Budapeste, há dez países na UE, incluindo a Hungria, que abriram contas em bancos russos sob o esquema de Moscou para fazer o pagamento do gás russo em rublos, mas que não querem anunciar o passo publicamente.