Ainda de acordo com o oficial, o Ocidente chegou até a ameaçar algumas lideranças, algo que, em sua percepção, é imoral.
“Sei que eles [Angola] estão sob extrema pressão dos países ocidentais, que os exortam a condenar a Rússia. Mas eles respondem dizendo que vamos contribuir para o estabelecimento da paz, vamos contribuir com todas as nossas forças para que os acordos sejam alcançados entre as partes", disse.
O embaixador ressaltou que, em suas demandas, o Ocidente recorreu, em algumas ocasiões, a chantagens e até mesmo ameaças.
"Eles estão ameaçando e chantageando. Essa chantagem, eu enfatizo mais uma vez, é imoral. Os países [da África] mal estão resistindo. Na Assembleia Geral [da Organização das Nações Unidas], quase todos os países africanos votaram de forma neutra, ou seja, abstiveram-se. Isto significa que não apoiaram esta resolução [da retirada da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU]. Mas não se atreveram a votar contra, porque a pressão foi extrema", explicou.
Em 7 de abril, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução suspendendo o trabalho da Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU devido à operação militar especial de Moscou na Ucrânia.
Um total de 93 Estados votaram a favor da resolução. Outros 24 foram contra, com 58 abstenções.
Argélia, Belarus, Bolívia, Burundi, República Centro-Africana, China, República do Congo, Cuba, Coreia do Norte, Eritreia, Etiópia, Gabão, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Laos, Mali, Nicarágua, Rússia, Síria, Tajiquistão, Uzbequistão, Vietnã e Zimbábue votaram contra a resolução.
Entre os que se abstiveram estavam Egito, Camarões, Gana, Índia, Kuwait, México, Mongólia, Paquistão, Arábia Saudita, África do Sul e Emirados Árabes Unidos.
Sérvia e Israel, entre outros, votaram a favor da resolução.
O projeto de resolução foi preparado por vários países ocidentais, incluindo Estados Unidos, Ucrânia e Letônia.
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial para "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia".
Durante a operação, as Forças Armadas da Rússia eliminam instalações da infraestrutura militar ucraniana, sem realizar ataques contra alvos civis em cidades. Os militares russos também organizam corredores humanitários para população civil que foge da violência dos neonazistas e nacionalistas.
Moscou reiterou, em diversas ocasiões, que não mantém planos de ocupar o país.