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União Europeia diz que entraves ambientais para acordo UE-Mercosul podem ser superados neste ano

Bloco europeu diz esperar do Brasil "liderança" e que, no intuito de finalmente fechar o acordo entre Mercosul e UE, uma carta ou adendo à parte poderia assegurar medidas ambientais ainda não desenvolvidas pelo lado brasileiro.
Sputnik
A União Europeia (UE) e o Mercosul podem resolver até o final deste ano as preocupações ambientais que impedem um acordo de livre-comércio entre os blocos, afirmou o comissário do bloco europeu, Virginijus Sinkevicius, segundo a Reuters.
Embaixadores da UE disseram anteriormente ao Brasil que o pacto de livre-comércio com o Mercosul, acordado em princípio em 2019, não será ratificado a menos que medidas concretas sejam tomadas para impedir a destruição crescente da floresta amazônica.
Do lado do Brasil, autoridades acusaram os opositores do acordo de usar as preocupações ambientais como desculpa para o protecionismo comercial. Como o presidente, Jair Bolsonaro (PL), que no início do ano disse que o acordo entre os dois blocos não acontecia por uma resistência da França, conforme noticiado.
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Visando acelerar os trâmites finais, Sinkevicius afirmou que uma "carta paralela" ou adendo ao acordo asseguraria questões de proteção ambiental ainda ausentes. A aprovação final do pacto dependeria da aprovação da carta paralela que pode acontecer até o final do ano.
"Estamos trabalhando no acordo do Mercosul, em uma carta paralela, que será finalizada, espero, este ano [...] em relação às partes que faltam [...] por exemplo, a parte ambiental", disse o alto comissário citado pela mídia.
Sinkevicius esteve por quatro dias no Brasil na semana passada. Começou a viagem pela Amazônia, circulou por ministérios e conversou com parlamentares, entidades de classe e cientistas em Brasília, de acordo com o jornal Valor Econômico.
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Em entrevista ao jornal, o comissário também disse que está pronto para dialogar com Brasília sobre o acordo, mas que precisa ver liderança e mudança de atitude por parte do Brasil.
"Espero liderança. O Brasil tem uma situação única, com ecossistemas únicos, vasta biodiversidade. Espero que se coloque em posição dianteira e ajude a construir um ambicioso Marco Global da Biodiversidade [...]. O que disse, e repito, é que estou pronto para dialogar com o governo brasileiro para encontrar um resultado satisfatório para o acordo UE-Mercosul", declarou.
Outra preocupação do bloco europeu é sobre o projeto de lei pendente no Congresso que abriria terras indígenas protegidas para mineração comercial, medida apoiada pelo governo Bolsonaro.
Se a lei for aprovada, Sinkevicius disse que isso pode afetar o pacto Mercosul-UE e o pedido de adesão do Brasil para ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Isso definitivamente não ajudaria", afirmou.
Ao mesmo tempo, o alto funcionário europeu declarou que "ainda é muito cedo para dizer se o Brasil mudou a política e agora está levando a sério a proteção ambiental", acrescentando que "só vou acreditar quando ver", principalmente quando faz uma análise dos índices de desmatamento no país.
"Neste momento, os números são muito alarmantes. Em 2021 houve recorde de desmatamento e parece que 2022 pode ser ainda pior", complementou.
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