"Comportar-se como uma salsicha de fígado ofendida não parece muito o estilo de estadista", disse Melnik ao veículo de imprensa DPA nesta terça-feira (3), acrescentando: "Estamos falando da guerra de extermínio mais brutal desde o ataque nazista à Ucrânia, não é uma pré-escola".
O diplomata ainda notou que seu comentário não significa que o chanceler Scholz não seja bem-vindo a Kiev. Mais do que "visitas simbólicas", porém, disse Melnik, a Ucrânia apreciaria que a Alemanha "implementasse a moção do Bundestag para entrega de armas pesadas e cumprisse as promessas anteriores".
O embaixador também criticou Berlim por falhar em fornecer munições para viaturas blindadas de combate antiaéreo Gepard, que a Alemanha prometeu enviar para a Ucrânia no final de abril. A entrega representaria o primeiro lote de armamento pesado fornecido a Kiev por Berlim desde que a Rússia lançou sua operação em 24 de fevereiro.
O comentário de Melnik veio logo depois que o chanceler Scholz disse ao canal de TV alemão ZDF que a recusa da Ucrânia em receber o presidente Steinmeier em 13 de abril estava no caminho de potencial visita de Scholz a Kiev.
Steinmeier deveria fazer uma visita a Kiev com os líderes da Polônia e dos Países Bálticos em 13 de abril. No entanto, as autoridades ucranianas sinalizaram no dia anterior que ele não era "desejado" em Kiev por defender as boas relações com Moscou.
As declarações do embaixador ucraniano provocaram uma onda das críticas no Bundestag. Uma das deputadas, Sevim Dagdelen, ainda exortou a expulsar Andrei Melnik:
"Quem não expulsar agora o apoiador do nazismo Melnik, perdeu toda a autoestima."
Por sua vez, o vice-presidente da câmara baixa do parlamento alemão, Wolfgang Kubicki, também defendeu o chanceler: "Olaf Scholz não é salsicha, ele é chanceler da República Federativa da Alemanha e Melnik deve respeitar isso."