Em programa sinalizado nesta segunda-feira (9) na OMC pelo Brasil – o qual será apresentado em uma conferência ministerial da entidade em junho – o Itamaraty propôs um acordo global que permita a criação de corredores de alimentos e fertilizantes, impedindo que a crise ucraniana ou as sanções contra a Rússia abalem os mercados e o abastecimento agrícola.
"A conferência ministerial deve dedicar atenção especial a esta questão e o Brasil gostaria de propor uma iniciativa específica para garantir o acesso a fertilizantes. É, ninguém o ignora, uma questão complexa e multifacetada. Ela exigirá estreita cooperação entre as agências governamentais e entre as organizações internacionais. Trata-se de uma tarefa complexa, mas indispensável", disse o órgão brasileiro.
De acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL, o temor do MRE brasileiro é que a prolongação da guerra se transforme em prejuízos para as exportações agrícolas do país, enquanto o risco da fome volta ao debate internacional. "A segurança alimentar será a questão mais premente na conferência ministerial", disse o Itamaraty em uma reunião em Genebra.
A delegação destacou que uma dimensão central da solução para a "questão da segurança alimentar é garantir que os insumos necessários para preparar as colheitas do próximo ano estarão disponíveis para os produtores".
"Este ano, a crise alimentar se manifesta essencialmente sob o pretexto do aumento dos preços. Na ausência de um abastecimento oportuno para os insumos, como fertilizantes, é o próprio fornecimento mundial de alimentos que estará em risco a partir do próximo ano", alertou.
Segundo o Itamaraty, o Brasil já começou a explorar com os países afetados pela crise alimentar, particularmente os mais pobres, o estabelecimento de "corredores de emergência para garantir a circulação de alimentos e fertilizantes". O jornalista apurou que as conversas ocorreram com países africanos e latino-americanos.
De acordo com a mídia, o Brasil deve ser representando no evento pelo chanceler Carlos França.