Panorama internacional

Premiê da Austrália eleva tensões ao 'garantir' que Ilhas Salomão não terão base militar chinesa

Em debate acirrado ontem (8) antes das eleições do final do mês no país, primeiro-ministro australiano fez declarações em resposta à oposição que chamou sua gestão de "fracassada" diante do crescimento chinês na região.
Sputnik
Neste domingo (8), o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, prometeu que Camberra trabalhará com seus aliados para impedir, de qualquer jeito, que a China monte uma base militar nas Ilhas Salomão.
Morrison alertou que estabelecer uma base militar chinesa na região seria cruzar uma "linha vermelha".

Indagado sobre o que essa linha vermelha significa, o premiê disse: "A Austrália trabalharia com parceiros para garantir que esse tipo de resultado fosse evitado".

A autoridade australiana acrescentou, no entanto, que seria "insensato" especular sobre medidas específicas que Camberra pode tomar para impedir que uma base militar seja estabelecida em Honiara.
"O próprio governo das Ilhas Salomão deixou muito claro para nós que esse não é um resultado que eles estão buscando ou apoiando. Acredito que não é do interesse nacional ter tal presença", disse ele.
As declarações de Morrison aconteceram durante um debate acalorado ontem (8) entre o premiê e seu adversário, Anthony Albanese, antes das eleições de 21 de maio.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison (D), e o líder da oposição, Anthony Albanese (E), participam do debate dos segundos líderes da campanha eleitoral federal de 2022 no estúdio Nine em Sydney em 8 de maio de 2022
Albanese disse que o insucesso de Morrison para impedir que a China e as Ilhas Salomão assinem um tratado de cooperação bilateral constituiu um "fracasso maciço de política externa".
A crescente influência chinesa no Pacífico tornou-se uma questão política quente na Austrália antes das eleições, principalmente pós o anúncio de Pequim havia assinado um pacto de segurança com as ilhas.
O acordo provocou temores de que Pequim possa estabelecer uma base militar na região, embora o governo salomonense tenha insistido que tal ação não está nos planos.
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A China também insiste que a ideia de base militar nas Ilhas Salomão é "completamente fabricada com desinformação por algumas pessoas com segundas intenções", conforme declarado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, nesta segunda-feira (9).
Contudo, uma cópia do rascunho do pacto de segurança entre Pequim e Honiara vazado e citado pelo Daily Telegraph que os dois países poderiam construir cais, estaleiros, cabos submarinos e outros projetos "mutuamente benéficos", como pesca em alto mar, bases e empreendimentos de mineração submarina – mas não dá nenhuma razão para acreditar que uma base militar chinesa está em andamento.
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