Nesta terça-feira (10), a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, fez uma viagem inesperada à Ucrânia e concedeu uma série de declarações sobre o atual momento.
A autoridade disse que Berlim vai acabar totalmente com a dependência de recursos energéticos de Moscou.
"Entendemos mais do que claramente que a dependência econômica não leva à segurança se o agressor for indiferente ao bem-estar de seu povo. Portanto, estamos reduzindo a zero nossa dependência da energia russa com todas as consequências. E isso é para sempre", disse Baerbock durante uma conferência de imprensa em Kiev.
Além disso, Baerbock informou que não haverá cancelamento de sanções contra Rússia, mesmo que as medidas abalem a economia alemã. Em sua visão, as sanções não podem ser suspensas até que o conflito na Ucrânia termine.
Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock (à direita), durante sua visita em Bucha, Ucrânia, 10 de maio de 2022
© AFP 2023 / SERGEY VOLSKIY
"Naquele momento, em 24 de fevereiro, quando o presidente russo [Vladimir Putin] deixou claro que não tinha intenção de negociar e que estava mentindo na nossa cara, mudamos nosso rumo político nesse sentido [...] falar publicamente foi previamente pensado de uma forma que possamos perdurar a longo prazo. Deixei claro sobre a questão das sanções. As sanções não podem ser canceladas se sentirmos que tem um efeito econômico na Alemanha. Não! Não até a Ucrânia estar livre novamente", afirmou.
A ministra também anunciou que o governo alemão pretende fornecer à Ucrânia tanques novos e modernos, ao mesmo tempo que treinará militares ucranianos.
"O próximo passo será [fornecimento de] tanques e obuses altamente modernos, o que significa que podemos usá-los para nos defender contra drones [...]. Alemanha e Países Baixos poderão fornecer esses obuses juntos, porque um país não pode fornecer tudo, porque Berlim tem escassez [de obuses]. Mas a Alemanha fornecerá sete [obuses] e agora começaremos o treinamento [do pessoal ucraniano] necessário para isso", disse
A chefe da diplomacia alemã também comparou Bucha a Potsdam, nos arredores de Berlim, notando que "aqui sentimos claramente que essas vítimas [da provocação] poderiam ser nós".